A responsável , que falava nesta terça-feira, 9 de Abril, no workshop nacional de gestão da resposta de saúde comunitária sobre a SIDA, tuberculose e malária no país, considera que o gráfico demonstra que a incidência do surgimento de novos casos tende a diminuir, nos últimos dez anos.
Admitiu que o número de mortes por SIDA também está a reduzir, uma vez que aumentou o número de pessoas a fazerem o tratamento com resultados satisfatórios. “As pessoas não adoecem e, deste modo, a mortalidade também reduz”, sustenta. O relatório do ano de 2023 constatou que, em todo país, cerca de 310 mil pessoas vivem com a doença de VIH/SIDA, deste número, 190 mil são mulheres, 25 mil mulheres grávidas, 34 mil crianças dos 0 aos 14 anos e aproximadamente 60 mil são homens.
“A prevalência do VIH/SIDA em mulheres é duas vezes mais que em homens, segundo o último inquérito”, esclareceu. Fez saber ainda que a transmissão do VIH/SIDA, de mãe para o filho, também registou uma redução, pois quando é feito o diagnóstico à mulher grávida em tempo oportuno, e colocado em tratamento, o bebê nasce livre da doença. A instituição que dirige começou a trabalhar com a ONU/SIDA, e todos os anos, no mês de Fevereiro, com os dados que conseguem no ano anterior, é feito um ensaio.
No fim do mês de Março, terminou o prazo de recolha de dados, e, neste momento, já foi encaminhado o relatório de todo país a ONU/SIDA. “Todos os meses quando se refere em estimativa de pessoas a viverem com o VIH em Angola, são cerca de 310 mil, até surgir o novo relatório”, disse. Assim sendo, a província do Cunene apresenta maior preocupação para o instituto, porque regista a taxa de prevalência mais alta em relação às demais províncias.
Situação de saúde comunitária difícil e complicada Por outro lado, o anfitrião da actividade, o presidente da ANASO, António Coelho, disse que este evento visa contribuir na gestão da resposta comunitária das três doenças (SIDA, tuberculose e malária), tendo como base a análise do contexto, a identificação dos desafios, o estabelecimento de estratégias, o reforço de parcerias e a definição de um roteiro.
“Infelizmente a situação da saúde comunitária em Angola está difícil e complicada, sobretudo porque o engajamento das comunidades não é valorizado e o investimento financeiro para a implementação das acções comunitárias é muito limitado. Estes dois cenários estão a com- prometer os esforços para uma saúde comunitária resiliente e sustentável”, desabafou.
O presidente avançou também que o país regista alta taxa de transmissão da malária, que representa cerca de 29 por cento das causas de procura pelos cuidados de saúde, e 45 por cento das mortes registadas entre crianças menores de cinco anos. Assim sendo, a tuberculose apresenta uma morbi-mortalidade relativamente alta, com uma taxa de incidência de 20,6 por 100 mil habitantes, e Angola é um dos dez países mais afectados do mundo.
Ao passo que a nível da SIDA, disse, a prevalência é das mais baixas da região, com 2,2 por cento. Mas, em contrapartida, regista o maior número de novas infecções, fundamentalmente em crianças dos 0 aos 14 anos de idade.
“Os determinantes sociais de saúde continuam a ser o grande problema no sucesso das acções de saúde, com destaque para a pobreza (31%), acesso à água potável (51%) e a taxa de analfabetismo (41%)”, sublinhou. Apela às pessoas de bem e outras vontades a apoiarem as Organizações da Sociedade Civil (OSC), para que possam ter, a nível das comunidades, acções continuadas e sustentáveis.