Cento e 32 milhões de dólares americanos foram aprovados, pelo Presidente da República, visando impulsionar a implementação do Plano Nacional de Fomento ao Turismo para a Região Angolana do Okavango-Zambeze, para o período de 2023-2027, revelou, ontem, Dalva Ringote, em Menongue, cita a Angop
A ministra de Estado para a Área Social fez este anuncio durante abertura do I Fórum de Investidores da Região Angolana de Okavango, que decorre de 17 a 22 do mês em curso, no Cuando Cubango, numa iniciativa do Presidente da República, João Lourenço.
Segundo a ministra, no Plano Nacional de Fomento ao Turismo na zona do Okavango-Zambeze consta um conjunto de acções, com realce para a reabilitação das vias de acesso, das estradas nacionais que integram Angola e os países vizinhos da Namíbia e Zâmbia, que fazem parte do referido projecto.
Do valor, de acordo com Dalva Ringote, 100 milhões serão em- pregue na terraplanagem de 430 quilómetros de estradas de acesso que interligam as principais áreas de interesse turística na região transfronteiriça do Okavango, bem como para a construção dos postos fronteiriços de Dirico, Mucusso, Bwabwata e Bico de Angola, esta última área no município do Rivungo.
Para a ministra, o projecto Okavango-Zambeze destaca-se como uma iniciativa de desenvolvimento turístico transnacional e preservação dos ecossistemas, através de Angola, Namíbia, Botswana, Zâmbia e Zimbabwe, que partilham, entre si, uma vasta riqueza a nível da biodiversidade. Destacou, da vasta riqueza a nível da biodiversidade, os recursos hídricos e fauna para o desenvolvimento da economia verde, do ecoturismo e da sustentabilidade ambiental nas suas diferentes dimensões.
Sublinhou, segundo a Angop, que o sector do turismo representa uma das principais prioridades do Executivo angolano, no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027, tendo em vista a sua dinamização no quadro do processo de diversificação da economia, tendo em conta a sua maior contribuição a nível do produto interno bruto. Por isso, a ministra de Estado para a Área Social chamou os agentes económicos privados, nacionais ou estrangeiros, para desempenharem o seu papel no desenvolvimento deste importante sector da actividade económica, ao abrigo da livre iniciativa privada, constitucionalmente protegida.
“O sector do turismo tem desempenhado um papel relativamente importante na dinamização da economia global, posicionasse entre os quatros sectores da actividade económica que mais crescem, sendo responsável pela empregabilidade de 10 por cento da força de trabalho global, proporcionando, principalmente, oportunidade de emprego para jovens”, destacou.
Recursos turísticos disponíveis em Angola
Ressaltou que os recursos turísticos disponíveis em Angola e na Região do Okavango-Zambeze, as belas paisagens naturais, a diversidade da fauna e flora, a cultura e arte, a música, as praias, os valores tradicionais, a história dos povos, a gastronomia, bem como a hospitalidade, contribuem para um sector turístico dinâmico e promissor, permitindo a oferta de uma ampla gama de produtos e serviços turísticos. Estas potencialidades, afirma a ministra, fazem de Angola um importante destino internacional, com as potencialidades necessárias para o investimento estrangeiro privado, rumo à diversificação da economia, a empregabilidade dos jovens, a integração e desenvolvimento das comunidades rurais.
Destacou ainda, como dos grandes ganhos para impulsionar o sector do turismo, fruto da estratégia do Executivo Angolano, a isenção de vistos de turismo a 98 países, permitindo uma maior dinamização da actividade turística no país, a sua abertura ao mundo, o intercâmbio de culturas e a integração entre os povos, o que leva Angola a constar entre os 10 principais destinos turísticos no presente ano.
Dalva Ringote reconheceu, na ocasião, que ainda existem desafios a percorrer, mas que as acções do Executivo angolano têm sido acolhidas satisfatoriamente nos grandes mercados internacionais e, nos últimos anos, há implementação de projectos com financiamento privado externo, com reflexo na confiança das instituições estrangeiras no mercado angolano. Reafirmou, na ocasião, o compromisso do Executivo à integração económica regional, através da gestão sustentável dos recursos naturais transfronteiriços e do desenvolvimento do turismo transaccional, a nível da região da África Austral.
Investidores estrangeiros destacam valências da região
Os investidores estrangeiros reunidos ontem, Quarta-feira, na cidade de Menongue, sede capital da província do Cuando Cubango, no primeiro fórum de investidores na região angolana do Okavango, destacaram as valências e oportunidades turísticas da componente angolana, segundo a Angop. O empresário português Paulo Carvalho disse que, dadas as características naturais e paisagísticas, existem muitas hipóteses da realização de várias modalidades turísticas, desde a observação, a fotografia e a caça, podendo criar vários postos de trabalho. Para que tal desiderato seja concretizado, apontou, em declarações à Angop, para a necessidade urgente de políticas que visam fomentar e minimizar todas as acessibilidades. Sublinhou que, embora já há um esforço muito grande do Executivo nessa área, o empenho tem de ser acelerado, porque as infra-estruturas ainda estão muito aquém das expectativas dos operadores da área do turismo.
“Deve haver alguma facilidade na parte burocrática, porque o fórum será o passo e a forma de dinamizar e potenciar todo este investimento”, realçou. Por outro lado, considerou que a isenção de visto é um passo extremamente importante, mas tem de se incentivar mais os investidores a criar os seus “Lodges e Resorts”, bem como formar pessoas para dirigem com qualidade, argumentando que para ter um turismo de qualidade também é necessário ter uma boa oferta. Por seu turno, o empresário proveniente do Reino Unido Deon Engelbrect afirmou que tem investimentos nas vizinhas repúblicas da Namíbia e Zâmbia, onde actua na área do turismo e restauração, mas considerou extraordinárias as variedades da flora e da fauna de Angola, destacando a possibilidade da realização da pesca desportiva e fotografias. Realçou que a região possui a maior quantidade de animais de grande porte, como o Elefante, Rinoceronte, Zebra e Búfalo, que podem atrair turistas e investidores de todas as regiões do mundo.
Sobre o fórum, disse que é uma oportunidade não só para apresentar as potencialidades em termos de turismo, mas também para dominar outras áreas de actuação, como agricultura, por via do aproveitamento das enormes terras aráveis, como também os recursos hídricos existentes em abundância. Já o gestor de projectos da operadora de desminagem The Hello Trust para a área de ambiente e conservação, Rhys Mansel, lembrou que a sua empresa opera desde 1994, com a prioridade de eliminar todos os engenhos explosivos deixados pela guerra e criar comunidades resilientes e prós- peras. Lembrou que a operadora actua na região angolana do Okavango e se tem empenhado para tornar a área apta para qualquer investimento, realçando que o sudoeste de Angola é muito fértil para a prática do turismo e com um dos maiores níveis de biodiversidade do continente africano.
Participam no fórum mais de 200 convidados, entre investidores nacionais e estrangeiros, com destaque para os dos países vizinhos da Namíbia, Zâmbia, Namíbia e Botswana, que procuram parcerias de investimentos no ecoturismo, turismo e fomento da agricultura, em função das potencialidades locais. Consta do certame três painéis sobre visão institucional para atracção de investimentos, apresentação das potencialidades e oportunidades de negócio na Região angolana do Ovakango e desenvolvimento no contexto regional.