O Hospital Central do Lubango, na província da Huíla, regista, actualmente, ruptura no stock de medicamentos devido à falta de pagamentos aos fornecedores, conforme denunciou, ontem, a directora do referido hospital, Maria Lina Antunes.
Segundo a responsável, a ruptura no stock, que é a maior dos últimos cinco anos, está a criar constrangimentos no funcionamento da unidade e dos pacientes que buscam por atendimento médico naquela unidade pública de saúde.
Devido à quebra no stock, Maria Lina Antunes disse que o Hospital Geral do Lubango debate-se, até ao momento, com a falta de medicamentos, reagentes e materiais gastáveis para atender os pacientes, facto que tem interferido de forma significativa na qualidade dos serviços que são prestados aos cidadãos.
De acordo ainda com Maria Lina Antunes, as ordens de pagamento de saque foram emitidas, desde o ano passado, mas, todavia, elas não tinham sido pagas e os fornecedores não querem manter o contrato de fornecimento.
“Tivemos um acontecimento não esperado por todos os gestores, que é o atraso do pagamento das ordens de saque, emitidas desde Junho. E este é o constrangimento maior.
Nós temos muitas dívidas por pagar. Embora tenhamos emitido as ordens de saque, elas não foram pagas”, explicou, acrescentando ainda que “estamos numa crise porque a maior parte dos fornecedores não quer manter os contratos de entrega, principalmente, de medicamentos e reagentes consumíveis, sem pagamento”, apontou.
Área de hemodiálise é a mais afectada
Segundo ainda a responsável do Hospital Central do Lubango, dos serviços de saúde mais afectados com a falta de medicamentos, nunca antes registada nos últimos cinco anos, a maior preocupação está direcionada à redução da capacidade de atendimento no Centro de Hemodiálise, que é, igualmente, o maior do país, inaugurado pelo Presidente da República, João Lourenço, em Junho do ano 2019.
“Já estamos com algumas rupturas que nunca tivemos até agora. E eu chamo atenção, em particular, para a hemodiálise. O centro de hemodiálise é um centro de custos altos, custa muito por mês”, alertou a responsável.
De referir que, em Julho de 2018, o Chefe de Estado angolano, após visitar as instalações do Hospital Central do Lubango, autorizou uma despesa de 27,5 milhões de dólares para o projecto e para as obras de reabilitação.
Antes disso, nos períodos compreendidos entre 2006 e 2008, essa unidade hospitalar, cuja construção começou no período colonial português, tinha recebido 48,6 milhões de dólares para obras de requalificação, executadas pela empresa chinesa Sinohydro, que permitiram ampliar a capacidade do número de camas que passou de 340 para 500 camas.
POR: Flávio da Costa com a RNA