A construção de paredões na orla marítima é apontada, pelo geocientista Miguel Arcanjo, como a solução para amortecer as ondas do mar que têm, nos últimos dias, “fustigado” as províncias do litoral sul, nomeadamente Namibe, Benguela, Cuanza- Sul e Luanda
Miguel Arcanjo disse, em entrevista ao Jornal OPAÍS e à Rádio Mais-Benguela, que os paredões são infra-estrutura mais adequadas à protecção de restingas de calemas, daí que sugira a construção dos mesmos naquela zona turística do Lobito para a sua conservação. Explicou a subida brusca do nível médio das águas do mar é causada pela interferência da força de gravidade no cabo gravítico do planeta terra. Os dados indicam que, nos dias 7, 8 e 9, as ondas mais altas atingiram 2, 1 metros, uma subida que preocupa quem resida na orla costeira e não só.
Em Benguela, por exemplo, a zona balneária e residencial da Restinga, bairros da Caponte, Tchipiandalo, Tchioxe e Matadouro, para citar apenas estes, figuram a lista dos mais afectados. As ondas invadiram casas e destruíram parcialmente alguns estabelecimentos comerciais ao longo da costa, conforme constatou a nossa equipa de reportagem. Para o caso da Restinga do Lobito, por ser também uma zona residencial, o especialista defende a construção de paredões semelhantes àqueles construídos no Porto do Caio, em Cabinda.
Trata-se de uma infraestruturas de grande vulto que, segundo conta, superam os esporões,dado que têm a função ambivalente: de um lado protegem e do, outro, corroem. “Portanto, carecem de manutenção periódica. O problema da subida brusca do mar é o rebentamento das ondas próximas do pré-a-mar, ou seja, junto ao litoral”, frisou.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela