Fontes do jornal OPAÍS, ligadas ao processo investigativo, apontam que os nove funcionários acusados no caso de desvio dos 7 mil milhões de kwanzas da Administração Geral Tributária (AGT) forneciam senhas aos ex-colegas sob licença de trabalho noutras empresas para a realização de operações fraudulentas que lesaram os cofres do Estado angolano.
Segundo fontes, com as senhas fornecidas, o grupo entrava no sistema financeiro da AGT e efectuava operações “criminosas” que consistiam em pagamentos e também na liquidação de dívidas de centenas de empresas, cujos valores, posteriormente, eram desviados e encaminhados, supostamente, para as contas bancárias da “rede criminosa”.
Isto possibilitou, desta forma, lesar o Estado em mais de 7 mil milhões e kwanzas num período superior há três anos. Entretanto, até ao momento, as investigações, conduzidas pela Direcção Nacional de Combate aos Crimes Informáticos, em coordenação operativa com o Gabinete de Cybercrime da PGR, SINSE e demais órgãos operativos de especialidade, possibilitaram a apreensão de 27 viaturas e três imóveis.
No âmbito do processo investigativo, ontem decorreu, no Tribunal Dona Ana Joaquina (em Luanda), à porta fechada, o interrogatório de nove funcionários envolvidos.