Mais de 400 mil milhões de Kwanzas é o montante do prejuízo que a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) registou em 2023, com as acções de vandalismo e furtos de equipamentos da rede técnica de energia, a nível do país
O director do gabinete de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais da ENDE, Lauro Fortunato, que prestou essa informação, revelou que, no ano passado, foram furtados 60 mil Dr metros de cabos, 300 armários de distribuição na via pública, 65 torres de alta tensão e 61 postos de transformação (PT), vandalizados pelo território nacional.
Em declarações à Angop, disse que estas acções criminosas ocorrem com maior incidência nas províncias de Luanda, Bengo, Benguela, Lunda-Sul e Huíla. Um outro prejuízo registado foi o derrube de 87 postes de média tensão, por automobilistas, associado aos danos causados por algumas operadoras de saneamento, na actividade de recolha de resíduos sólidos, sobretudo em Luanda.
“Perante o quadro, a ENDE tem trabalhado em estreita colaboração com os órgãos policiais e judiciais, para identificar e responsabilizar os prevaricadores, bem como reduzir estas acções criminosas”, afirmou.
Dívida dos clientes
Lauro Fortunato revelou que os clientes devem à ENDE 260 mil milhões de kwanzas, facto que tem causado enormes constrangimentos à tesouraria da empresa, bem como ao desenvolvimento dos projectos de distribuição de energia para novas zonas do país. No âmbito do mecanismo de negociação de dívidas, a instituição conseguiu recuperar cerca de 20% do valor global da referida dívida de 2023, disse, explicando que, a partir de uma agência ou de um agente autorizado da ENDE, os clientes podem solicitar a negociação das suas dívidas.
Implementação de contadores pré-pagos
Sobre os contadores pré-pagos, Lauro Fortunato disse que dos 1 milhão e 984 mil clientes, mais de 700 mil estão com o sistema de pré-pago, sendo que destes quase 500 mil estão na capital do país, num processo contínuo. Neste particular, a perspectiva da ENDE é instalar mais de mil e duzentos contadores pré-pagos até aos próximos três a quatro anos. A nível da taxa de electrificação do país, o porta-voz disse que a mesma está fixada em 43% e que, em 2023, pelo menos, 89 mil famílias beneficiaram do fornecimento de energia pela primeira vez em todo país, e destas 42% em Luanda.
Sem precisar o volume de investimento nem discriminar as localidades do país que receberam electricidade, o director destacou a capital do país. Constam dos beneficiários de Luanda os bairros do município de Viana (Onga 2, Canhanga, Somag, Vila Flor A e B), o distrito urbano do Camama, nas zonas 2 e C (município de Talatona), na sua maioria áreas de posto de transformação, vulgo PT privados.
“A nível do país já temos identificadas zonas por electrificar, no sentido de superar a taxa de 43% de electrificação do país”, enfatizou. Sobre os PT privados, na capital do país, disse que a ENDE tem registados mais de cinco mil, mas realçou que esta actividade não está regulamentada, pois é exclusividade da ENDE distribuir e comercializar energia eléctrica no país. Por isso, apontou, a instituição iniciou, nos últimos anos, o processo de transferência dos clientes consumidores dos PT privados para a sua esfera de gestão.