Três pessoas morreram e 16 outras ficaram feridas, em consequência de um acidente de viação, ocorrido por volta das 23h10 de Segunda-feira, 29, no troço Talamajamba, em Benguela, resultante do embate de um mini-autocarro contra um boi, confirmou, ao jornal OpAÍS, no Hospital Geral, o responsável do Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola
A viatura saía do município do Kaluquembe, província da Huíla, e seguia viagem em direcção à capital do país, Luanda, quando embateu contra um boi que se encontrava na estrada. Os ocupantes, que recebem assistência no Hospital Geral de Benguela, apontam o excesso de velocidade como estando na base do acidente. No leito do HGB, um jovem, que se identifica apenas por José, explica que o motorista empreendia uma velocidade que não o permitiu imobilizar o veículo face ao obstáculo na via, no caso o animal.
O sobrevivente garante ter advertido o motorista sobre o perigo que representava a velocidade com que ia, mas este, simplesmente, tê-lo-á ignorado e não deu ouvido ao apelo. “Ele corria muito. Falamos que estava a andar mal e o motorista não quis ouvir. Já não me lembro bem sobre o que aconteceu, só sei que embatemos num boi que estava na estrada”, disse, condoído. O motorista da viatura, Fernando Joaquim, contraria a tese dos passageiros e argumenta que ele teria sido encandeado por um outro motorista, na faixa contrária, que ia ao volante de um camião.
Ele afirma que fez vários sinais para aquele reduzir a luz dos faróis, que estavam no máximo, mas, simplesmente, ignorou o sinal e, quando tentava ultrapassar uma outra viatura, a sua, em que seguiam a bordo 30 pessoas, acabou por embater contra um boi que, naquela altura, 23 horas, saía de uma margem para a outra. “Então o carro foi contra a montanha e, depois, voltou mais, e caímos. Eu não vinha com muita velocidade. Na descida o carro desliza mais, não controlei a velocidade. Só tive ferimento aqui no braço, partiu”, disse. De acordo com o responsável do INEMA em Benguela, Nani Francisco, os técnicos fizeram-se ao lo- cal mediante uma chamada efectuada para o call center e prestaram os primeiros socorros aos passageiros do autocarro. Esclarece que as três mortes ocorreram mesmo no local do sinistro.
“Fizemos uma transferência do local do acidente até ao Hospital Geral de Benguela, onde se encontram os 16 pacientes. Segundo os passageiros e alguns populares, o mini-autocarro, que ficou total- mente desfeito, embateu contra um boi”, conta. Neste momento, conforme referiu, o estado clínico de alguns pacientes ainda inspira cuidado e, nesta perspectiva, os técnicos de saúde estão empenhados para que, ainda no decorrer desses dias, muitos deles possam ter alta.
Estratégia nacional de Prevenção e segurança rodoviária pode reduzir acidentes
Este acidente surge numa altura em que o Governo aprovou, em reunião do Conselho de Ministros, a Estratégia Nacional de Prevenção e Segurança Rodoviária, conforme deu destaque o jornal OPAÍS na sua edição 2728, datada de 30 de Maio. Com o referido instrumento, o Executivo quer melhorar o processo de formação de condutores de veículos e aumentar a segurança rodoviária, na perspectiva de reduzir a sinistralidade rodoviária em 50 por cento, bem como colocar o país nos 10 Estados africanos com menos acidentes de viação.
Para o Comandante Geral da Polícia Nacional, Arnaldo Carlos, as valências da Estratégia Nacional de Prevenção e Segurança Rodo- viária, sublinhando que a mesma prevê a redução da sinistralidade rodoviária em 50% até ao ano de 2027, bem como colocará o país nos 10 Estados africanos com me- nos acidentes de viação. Arnaldo Manuel Carlos afirmou que o plano está em alinhamento com as recomendações das Nações Unidas, da Organização Mundial da Saúde, da Carta Africana sobre Segurança Rodoviária, bem como das recomendações da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Executivo angolano, relativamente à situação actual de segurança rodoviária do país.
Com 29 objectivos operacionais e 146 acções-chave que serão directamente executadas pelos diferentes departamentos ministeriais, com a finalidade de atingir as metas traçadas para o período 2023/2027, a estratégia é guiada para a baixa taxa de mortalidade ao nível da SADC. “Grande parte das mortes resultam dos atropelamentos, da imprudência dos condutores e da falta de educação rodoviária dos transeuntes, o que quer dizer que, a incidência na acção preventiva ou de melhoria da qualidade dos automobilistas, dos condutores e também o aumento de acções de educação rodoviária, estarão salva- guardadas na estratégia aprovada “, explicou. Por fim, importa frisar também que, há uma semana, Benguela foi palco de um evento em que se falou sobre o roubo do gado e as consequências da circulação destes nas estradas nacionais sem um pastor.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela