O fim- de -semana foi agitado e de correrias para o Serviço de Investigação Criminal (SIC), que já arrastou, para a responsabilização, mais de sete pessoas envolvidas no desvio financeiro na (AGT) Administração Geral Tributária.
O desfalque, que lesou o Estado em mais de 7 mil milhões de kwanzas, já arrastou, para as celas, funcionários seniores e de áreas intermediárias da AGT, empresários e outros envolvidos no crime financeiro que chocou o país.
Entre os detidos, até ao momento, constam o administrador para direcções do IVA, planeamento estratégico e tecnologias de informação, o director de cadastro e arrecadação e o chefe do departamento de reembolso do IVA.
Nas investigações do SIC, foi também arrastado o empresário e consultor da empresa H&S por fortes indícios no caso dos sete mil milhões de kwanzas do reembolso do IVA e outras fraudes.
Investigações prosseguem
Para os próximos dias, as investigações prosseguem e deverão ser levados à cela mais envolvidos no complexo caso de desvio dos 7 mil milhões de kwanzas da AGT, conforme garantiu ontem, em declarações ao OPAÍS, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Manuel Halaiwa.
De acordo com o oficial, há fortes indícios do envolvimento de mais pessoas, o que vai motivar ainda mais o processo investigativo. “Temos fortes indícios do envolvimento de mais pessoas. Por essa razão é que vamos continuar com as investigações até chegarmos a essas pessoas’’, avançou.
Ramificações entre Portugal e África do Sul
Por outro lado, Manuel Halaiwa fez saber que, da rede de criminosos, partes deles estão foragidas entre a África do Sul e Portugal. Todavia, explicou, apesar da distância, os órgãos de investigação em Angola estão a fazer tudo com as congéneres destes países de forma a chegar até esses foragidos. “Das investigações, conseguimos apurar que temos envolvidos foragidos em Portugal e África do Sul.
E, por via dos nossos órgãos, vamos conseguir chegar até essas pessoas”, assegurou. A detenção de todos esses envolvidos é fruto de uma colaboração entre a Direcção Nacional de Combate aos Crimes Informáticos, numa coordenação operativa com o Gabinete de cibercrime da PGR, SINSE e demais órgãos operativos de especialidade, na sequência investigativa relativamente ao processo-crime.
Funcionamento da AGT não está comprometido, assegura ministério das Finanças Também sobre o assunto, o Ministério das Finanças anunciou que está a colaborar com os órgãos de investigação para apurar irregularidades identificadas no sistema de pagamento de impostos da Administração Geral Tributária (AGT).
De acordo com a nota de imprensa deste ministério, a que OPAÍS teve acesso, apesar das irregularidades detectadas, o funcionamento da AGT não está comprometido, garantindo que a instituição continue a desempenhar as suas funções de arrecadação de receitas e administração tributária.
O Ministério anunciou que irá realizar uma auditoria interna aos sistemas, processos e procedimentos da AGT, com o objetivo de prevenir práticas ilícitas e garantir a integridade e o profissionalismo na administração financeira do país.
A investigação reafirma o compromisso do governo angolano com a implementação de medidas rigorosas de controlo e fiscalização, visando fortalecer a confiança nas instituições públicas e assegurar que os recursos do Estado sejam geridos de forma responsável e em benefício do desenvolvimento nacional.