Muitas crianças em idade escolar estão a abandonar as aulas para se dedicarem ao garimpo de ouro, uma situação que preocupa as autoridades administrativas do município de Buco- Zau, em Cabinda. O administrador Óscar Dilo caracterizou o facto, que envolve até meninas, de bastante grave e advertiu responsabilizar os pais e encarregados de educação pela negligência que demonstram perante a situação
A actividade de exploração ilícita de ouro no município envolve estrangeiros que financiam o garimpo aliciando, sobretudo, jovens de- sempregados que buscam através desta prática uma forma alternativa de sobrevivência. O garimpo de ouro, segundo o administrador local, Óscar Dilo, está a trazer consequências negativas para o município, porquanto crianças em idade escolar de 10, 11 ou 12 anos, inclusive meninas, estão a abandonar a escola para se dedicarem à exploração de ouro.
“Quando efectuamos visitas de rotina ou mesmo de surpresa nas escolas deparamos que numa sala de 30 alunos encontramos apenas dez ou menos porque a maior parte foi para o garimpo”, lamentou Óscar Dilo. O cenário mais triste, segundo o administrador do Buco-Zau, é ver meninas que, para além de abandonarem as aulas, furtam-se das tarefas domésticas para se dedicarem no garimpo. “Você vai ao longo das margens do rio encontras meninas empenhadas na exploração de ouro. Isto deixa-nos muito preocupados.”
Estando a situação a tomar contornos alarmantes, Óscar Dilo garante que vão ser tomadas medidas que visam responsabilizar os pais ou os encarregados de educação pelo abandono de crianças as aulas. “Temos estado a persuadir os encarregados de educação sobre a situação e, em jeito de profilaxia, temos advertido que os pais vão começar a ser responsabilizados.”
POR: Alberto Coelho, em Cabinda