As declarações do antigo chefe do departamento de Saúde Pública e Controlo de Endemias na Huíla, José Hélio Chiangala, forçaram a suspensão de mais uma sessão de audiência de julgamento do caso que tem como principal arguida, a directora do Gabinete Provincial da Saúde, Luciana Guimarães, acusada de peculato e falsificação de documentos
O segundo dia de julgamento no Tribunal da Comarca do Lubango, do caso que envolve Luciana Guimarães, pelo seu suposto envolvimento no descaminho de mais de 3 milhões de kwanzas, ficou marcado com a suspensão, de- pois das declarações do chefe do departamento de Saúde Pública e Controlo de Endemias na Huíla, José Hélio Chiangala. De acordo com José Hélio Chiangalala, que respondia as questões colocadas pelo juiz da causa, o remanescente de 3.320.972.00 kwanzas não foram utilizados pelo facto de os beneficiários estarem na altura a usar viaturas disponibilizadas pelo Estado.
Ao aperceber-se da existência do referido valor monetário, fez-se um encontro de concertação para se decidir sobre o uso do mesmo, tendo sido decidido, na altura, o seu redimensionamento. Tais declarações levaram a que, na manhã de Quarta-feira, o Ministério Público, representado por Dorivaldo Domingos, promovesse uma acção com vista a arrolar, no mesmo processo, mais sete declarantes. Entre os sete declarantes que deverão ser notificados a comparecer na próxima audiência de julgamento, marcada para o próximo dia 1 de Junho, constam os cidadãos Alda de Sousa, Clementino, Georgina, André Gonga, Cristóvão, Sandra Moré Alonso, de nacionalidade Cubana, e a cidadã identificada apenas por Winni, representante da empresa Equilíbrio, que tinha sido contratada para organizar a referida actividade formativa.
Advogado afirma ter havido erros na instrução preparatória Os dois dias de produção de provas foram marcados por troca de acusações entre os arguidos, facto que fez com que o Ministério Público requeresse mais sete declarantes. O advogado de defesa de José Hélio Chiangalala disse que na fase de instrução preparatória do processo houve insuficiências que podem vir a prejudicar os arguidos arrolados no processo. “Havia sujeitos processuais que deveriam ser chamados para esclarecimentos e melhor descoberta da verdade material, pessoas estas que só agora foram sugeridas pelo Ministério Público”, disse.
Por seu lado, José Carlos, advogado da directora do Gabinete Provincial da Saúde, concorda que a notificação dos novos declarantes poderá trazer elementos que vão contribuir para um melhor esclarecimento dos factos. “É preciso que se tenha a certeza antes de decidir o que realmente aconteceu durante aquela formação. O destino real que foi da- do àqueles valores, quem ordenou, por quê que se mexeu, e estas pessoas, em princípio, estiveram directamente ligadas”, afirmou