As fortes calemas que se têm abatido nos últimos dias na orla da costa marítima e o acentuado tráfico ilegal de combustível para os países vizinhos, nomeadamente a república Democrática do Congo (RDC) e Congo Brazzaville, estão na base dos constrangimentos verificados na aquisição dos derivados de petróleo, sobretudo a gasolina, na província de Cabinda
Como consequência, registam-se todos os dias longas filas de viaturas nos postos de abastecimento, sobretudo nos períodos vespertinos, poucas viaturas em circulação por falta de combustível e paragens apinhadas de passageiros à procura de serviço de táxi para se deslocarem. Os utentes dos serviços de táxi enfrentam, assim, muitas dificuldades para se locomoverem, já que muitos taxistas preferem enveredar pelo tráfico ilícito de combustível nas fronteiras porque o negócio lhes garante maiores lucros.
Para tal, alteram as características originais das viaturas, adaptando depósitos com maior capa- cidade para obterem maiores rendimentos. Algumas viaturas de 60 litros de capacidade passaram para 200 litros, ou mais, e vão, constantemente, às bombas para se abastecerem, três a quatro vezes por dia, através de um esquema montado com os funcionários dos postos, e depois encaminhar esse produto à fronteira para fins comerciais.
Em algumas bombas nota-se vários cidadãos, maior parte deles da RDC, com recipientes de 25 litros a abastecerem- se normalmente através de esquemas bem montados com os trabalhadores a troco de 500 kwanzas cada recipiente, apesar da proibição imposta pelas autoridades em relação à venda de combustíveis em bidões.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda