O parque nacional do Luengue Luyana tem registado muitos casos de caça furtiva, com particular realce para os búfalos e elefantes, tendo recentemente sido detido um caçador com duas toneladas de carne destes dois animais. O chefe da fiscalização desta reserva, Veríssimo Fernando, defende o aumento o número de fiscais
O parque nacional do Luengue Luyana, com uma extensão territorial de 45 mil e 818 km2, tem 56 fiscais que buscam diariamente fazer frente aos caçadores furtivos.
O número, segundo o chefe da fiscalização, Veríssimo Fernando, é bastante ínfimo porque necessitariam de 250 a 300 efectivos para minimizar a situação nos nove postos que têm espalhados pela reserva.
Luengue Luyana tem sofrido muitos ataques de caçadores e, neste momento, algumas espécies de animais estão em via de extinção, como o leão, onça e pangolim.
Entretanto, nesta reserva as espécies mais afectadas pela caça são o búfalo e o elefante.
Veríssimo Fernando afirmou que a caça furtiva no interior do parque Luengue Luyana reduziu por conta do trabalho desenvolvido pelos fiscais, mas recentemente foi encontrado um caçador com mais de duas toneladas de carne de búfalo e elefante.
Apesar disso, regista-se um regresso de animais na reserva, pois ainda têm muitos elefantes, búfalos, palancas, muitos dos quais provenientes da vizinha República do Botswana.
“Estão a regressar para o seu habitat normal, facto que nos anima muito.
Por isso, estamos a prestar maior atenção à zona do rio Cuando, sobretudo na orla fronteiriça da Namíbia e acabar com a caça furtiva, de modo a que os animais se sintam protegidos”, disse.
Os caçadores não são apenas de nacionalidade angolana, mas também cidadãos da Zâmbia, na sua maioria em colaboração com cidadãos nacionais, e um número reduzido da Namíbia, isto porque o controlo na fronteira é maior.
No mês passado foram detidos quatros caçadores, na área do Mucussi, e encaminhados para o município de Menongue para serem julgados.
Normalmente, os caçadores são apanhados quase sem a totalidade da carne caçada, isto porque à medida que caçam enviam a carne para outro lado, na Zâmbia, e os fiscais encontram dificuldades de precisar a quantidade de carne apreendida.
“Até ao momento já foram detidos 12 caçadores, com maior realce para cinco encontrados com maiores quantidades de carne de diferentes tipos de animais”, realçou. Sem avançar números, Veríssimo Fernando afirmou que, no ano passado, a caça furtiva era mais acentuada em comparação com o período actual.
Mas, agora temem que o quadro venha a aumentar por causa das dificuldades económicas, a fome que assola a região, uma vez que a população agrícola não colheu o que semeou devido à estiagem.
O parque foi recentemente contemplado com três viaturas novas, meios que estão a ajudar no desenvolvimento dos trabalhos dos fiscais, mas a equipa de funcionários necessita de roteiros para receberem mais turistas.
O aumento do número de fiscais e a acomodação condigna dos efectivos são as principais preocupações apresentadas por Veríssimo Fernando.