A Rede Angolana de Organizações de Serviços de SIDA, Tuberculose e Malária (ANASO) tem o registo de 264 mil crianças, em todo o país, que terão ficado órfãs por conta da SIDA, enquanto 35 mil crianças vivem com esta doença
A referida rede, que marcou para o dia 23 de Dezembro, no Complexo Cultural Paz Flor, uma mobilização de apoios para o Natal solidário das crianças vulneráveis ao VIH-SIDA e as famílias afectadas, disse, numa nota que chegou à redacção do jornal OPAÍS, que existem cerca de 35 mil crianças a viverem com o VIH no país e que todos os dias se registam em média 10 novas infecções por VIH e cinco mortes relacionadas com o vírus, em crianças dos zero aos catorze anos de idade.
Sob a assinatura de António Coelho, o presidente da ANASO, na nota, esta organização defende que as crianças devem nascer ivres para brilhar e o país deve estar unido na luta contra o VIH na criança. Hoje, Angola tem cerca de 264 mil crianças órfãs de SIDA.
“O estigma, a discriminação, as leis e políticas punitivas, a violência e as desigualdades sociais e de género, têm dificultado o acesso aos cuidados das crianças. Falta apoio político robusto para a prevenção da transmissão vertical do VIH e do tratamento pediátrico”, defende.
A ANASO diz ainda que o investimento em serviços baseados na comunidade ou liderados pela comunidade é insuficiente e dificulta o acesso a testes, tratamentos e retenção nos cuidados, especialmente para crianças que vivem em zonas rurais.
Para a actividade do dia 23 de Dezembro estão a organizar um momento de confraternização entre crianças vulneráveis ao VIH e SIDA, com momentos de recreação, entrega de brinquedos e lanches, bem como oferta de cestas básicas às famílias afectadas por esta doença.
Estão a mobilizar padrinhos para um universo de 500 crianças vulneráveis, cujas principais necessidades estão relacionadas com brinquedos, lanches e cestas básicas.