A informação foi avançada por uma fonte deste jornal junto da Procuradoria-Geral da República, que revelou haver fortes indícios para que o administrador municipal da Cacula fosse constituído arguido, num processo que já levou à cadeia o seu director de gabinete e o secretário-geral da referida administração, no qual Desidério da Graça aparece como testemunha.
“Depois de ter sido ouvido pelo Procurador-Geral da República, junto do Serviço de Investigação Criminal, o administrador municipal da Cacula foi constituído arguido-solto, enquanto decorrem outros trâmites processuais, no âmbito de um processo-crime que foi aberto no ano passado, onde estão igualmente envolvidos mais dois altos funcionários daquela administração”, disse a nossa fonte.
Entretanto, a nossa equipa de reportagem procurou contactar o então administrador municipal da Cacula para saber se terá sido ou não notificado sobre o seu envolvimento no processo, mas não teve sucesso.
Os dois altos funcionários da Administração Municipal da Cacula, citados pela nossa fonte, nomeadamente Carlos Miranda, secretário-geral da Administração, e Rafael César Cabinda, director do gabinete do administrador, que foram detidos no dia 18 de Janeiro do ano passado, acusados de terem cometido, entre outros crimes, o de peculato, recebimento indevido de vantagens e tráfico de influência.
Estes dois funcionários continuam detidos em prisão preventiva numa decisão de um juiz de garantias, até que o processo seja introduzido em julgado.
Exonerado ontem pelo governador O governador provincial da Huíla, Nuno Dala, exarou, ontem, um despacho de exoneração, em que estão envolvidos cerca de sete administradores municipais, dentre os quais Desidério da Graça, que, pelo seu suposto envolvimento nos crimes de peculato, que levou à cadeia os seus dois colaboradores, há muito que se espera pela sua exoneração.
Esta opinião é partilhada pelo membro da Aliança Cívica da Huíla, Pedro Caveto, que afirma ser uma atitude acertada do governador da Huíla, pelo facto de o mesmo estar envolvido em actos de gestão danosa.
No seu entender, a exoneração do administrador municipal da Cacula chega em boa hora, pelo facto de conferir mais independência e liberdade aos órgãos de investigação, para apurar o seu grau de envolvimento nos crimes de que vem sendo acusado pelo Ministério Público.
“Relativamente ao administrador da Cacula, dizer que foi uma exoneração prudente, uma vez que está envolvido em polémicas. Esperamos agora que os administradores nomeados dêem conta das suas missões e sirvam o povo.
Esperamos também que as autoridades competentes façam o seu trabalho no sentido de apurar as denúncias feitas”, disse.
Nandim Granal Pio Capenda, que era administrador municipal de Caconda, Desidério Wapota, que tinha sido nomeado para gerir o município de Caconda, e Dina Massanga Duma Bener Domingos para o município de Chicomba, foram exonerados.
Desidério da Graça Mpingue Kalenga Wapota foi nomeado ao cargo de administrador municipal da Cacula, no dia três de Outubro de 2022 e, nos finais de 2023, estava a ser acusado de participar num esquema de gestão danosa.
Ao então Administrador Municipal de Caconda, pesam acusações de ter supostamente sobrefacturado em algumas obras executadas no âmbito do Programa de Intervenção os Municípios (PIIM), do Combate à Pobreza e do Programa de Investimentos Públicos (PIP), durante o seu consulado naquele município da província da Huíla.
Por: João Katombela, na Huíla