Comemora-se em 2025 os 50 anos desde que Angola assumiu a independência. Parece que foi ontem?
Exacto, o tempo passa rápido. E aos 50 anos, um filho também já nos deu bisnetos. Cinquenta anos não são 50 dias. Portanto, acho que os 50 anos da nossa independência criaram também no angolano uma experiência muito forte de independência de vida, de bons e maus, mas costumo dizer que o angolano é um povo muito forte, corajoso e inteligente. Isso tudo vem da coragem do próprio angolano que começou com as ideias de reclamação do não esclavagismo. Esse espírito cresceu no angolano, desenvolveu-se até à conquista da independência.
Cinquenta anos a pessoa em princípio deveria estar licenciada, com filhos, e alguns até netos. Que balanço é que se pode fazer desta Angola gerada ao longo das cinco décadas?
Costumo dizer que, tudo quanto o angolano programou para a existência da nossa independência, hoje, há cinquenta anos, foram passos muito bem concebidos, porque a ideia foi exactamente a liberdade do ser humano. E a liberdade do ser humano com o próprio, para encontrar a liberdade e as oportunidades da vida social. Claro que não é fácil a gestão da vida humana, mas também impossível nunca foi. São 50 anos de independência, 50 anos de liberdade, e tenho certeza absoluta de que um jovem, um angolano de 20 ou 25 anos, não tem a mínima ideia dos 50 anos de independência. A independência não caiu do céu, foi concebida pelo angola- no, gerido pelos angolanos e chegamos ao ponto de estarmos aqui sentados e a falarmos sobre a independência.