O presidente do conselho de administração do Porto Comercial do Lobito, Celso Rosas, revelou que a empresa arrecadou, no exercício económico passado, pouco mais de 13 mil milhões de kwanzas, mas registou uma redução na ordem dos 5,72%, se comparado ao período homólogo, em que se tinha encaixado pouco mais de 17 mil milhões de kwanzas
O gestor público elenca, entre outros factores que contribuíram para a baixa do volume de receitas, o impacto da redução de tarifas portuárias, oscilação da moeda nacional, para além da conjuntura internacional, o que, de certa forma, afectou o comércio marítimo internacional.
Ao longo de 2023, atracaram no Porto Comercial do Lobito 351 navios que movimentaram um total de 1.332.451 (um milhão e trezentos e trinta e duas mil e quatrocentos e cinquenta e uma) toneladas. “Tendo-se registado, como é óbvio, um aumento de 7,57 por cento de navios, comparativamente ao ano de 2022, mas uma redução de 14,90 por cento de toneladas, em relação a 2022, em que atracaram 226 navios e movimentado um total de 1.565.863 toneladas”, pontualiza. Falando na cerimónia de cumprimentos de ano novo, o PCA do Porto dá conta que, no período em análise, em relação ao número de contentores, foram movimentados 13.432 contra os 17.700 em 2022, perfazendo, deste modo, uma diferença negativa de 24,11 por cento.
No que concerne à arrecadação de receitas, Celso Rosas refere que, em 2023, a empresa registou um proveito financeiro na ordem dos Kz 13 860 629,47, resultante da prestação de serviços portuários. “Fizemos um esforço para honrarmos os nossos compromissos com os fornecedores, sendo que, de um total de dívidas antigas, no início de 2023, na ordem dos Kz 26 497 578 284,98, conseguimos amortizar o valor de Kz 622 370 897,8, melhorando, assim, a nossa relação com os nossos fornecedores e parceiros”, sustenta. Na senda dos resultados obtidos no ano passado, Celso Rosas considera satisfatórias as acções desenvolvidas ao longo dos 365 dias de gestão. Durante o ano findo, a sua empresa desenvolveu inúmeras actividades, tendo, de entre as quais, destacado a realização da primeira feira da- quela entidade portuária, subordinada ao lema “Porto do Lobito, um porto aberto ao mundo”, bem como a realização de um encontro de quadros.
O gestor público refere que, no ano transacto, o conselho que li- dera apostou seriamente no desenvolvimento das economias de Estado, que têm carecido, ao longo dos tempos, de grandes volumes de investimento para ampliação e modernização. “Uma das razões para um maior envolvimento dos agentes económicos privados na gestão dos portos”, frisou. O responsável sinaliza que o subsector portuário sofreu, nos últimos tempos, processos de transformações que mobilizaram uma ampla adopção de reformas, conduzindo à privatização de importantes subsectores da sua actividade produtiva.
“É, neste prisma, que o Governo de Angola, por via do Ministério dos Transportes, concessionou o terminal minério à Lobito Atlantic Railway (LAR) e, concomitantemente, o terminal polivalente à Africa Global Logistic (AGL)”, disse. Acrescentou que, com estes factos relevantes, a história do Porto do Lobito mudará, no que concerne ao modelo de gestão, deixando o modelo de porto operador para o modelo de porto senhorio, o que levará a administração a ter como principais atribuições a de regular e fiscalizar a actividade portuária.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela