De acordo com o relatório mensal da EMIS, o mês de Setembro de 2024 trouxe uma queda significativa no volume das transacções processadas no sistema financeiro angolano. O movimento transaccionado apresentou uma quebra nominal de -4,3% em comparação a Agosto e uma redução de -8,7% no valor total processado, que passou de 3.284,54 mil milhões de kwanzas em Agosto para 2.998,77 mil milhões de kwanzas em Setembro, uma diminuição real de 285,77 mil milhões de kwanzas.
Ainda assim, quando comparado a Setembro de 2023, o movimento apresentou um crescimento de 29,9%, evidenciando uma recuperação parcial em relação ao ano anterior. As transferências a crédito, um dos principais indicadores do movimento transaccional, também registaram uma queda expressiva.
Durante o mês de Setembro, foram compensadas 2,4 milhões de transferências a crédito, que totalizaram 1.280,44 mil milhões de kwanzas. Esse volume representa uma quebra de -27,9% em relação a Agosto e uma redução de 19,0% face ao mesmo período do ano passado, reflectindo um abrandamento na actividade económica e no uso de métodos de transferência tradicionais. Outro ponto relevante destacado no relatório da EMIS é a contínua queda no uso de cheques interbancários.
Apenas 277 cheques foram compensados em Setembro, num valor total de 1,11 mil milhões de kwanzas. Em termos de circulação de cheques no Sistema de Compensação de Cheques (SCC), houve uma quebra de -23,6% em relação ao mês anterior e uma impressionante redução de 83,0% comparada a Setembro de 2023, confirmando a tendência de declínio no uso desta forma de pagamento em Angola.
Por outro lado, as transferências instantâneas mostraram crescimento, desafiando a tendência geral de queda nos outros métodos de pagamento. Em Setembro, foram compensadas 334.528 transferências instantâneas, totalizando 7,5 milhões de kwanzas.
Este número representa um crescimento de 16,2% face ao mês anterior e um aumento superior a 999,0% em comparação com Setembro de 2023, consolidando as transferências instantâneas como uma modalidade de pagamento em rápida ascensão no mercado angolano. Por sua vez, os valores nos “Terminais de Pagamentos Automáticos (TPA)” caíram 6,55% para 737,61 mil milhões de kwanzas.
A EMIS sublinha que o crescimento das transferências instantâneas é impulsionado pela crescente digitalização dos serviços financeiros e pela preferência dos consumidores por métodos de pagamento mais rápidos e seguros.
Esse movimento também está associado à expansão dos serviços de mobile banking e ao aumento da inclusão financeira em áreas rurais, onde o acesso aos métodos tradicionais de pagamento pode ser limitado.
Apesar da quebra geral no movimento transaccional e nas transferências a crédito e cheques, o crescimento das transferências instantâneas demonstra uma mudança positiva no comportamento dos consumidores e no sistema financeiro do país.
POR:Francisca Parente