Semanalmente mais de 20 carrinhas aguardam pelo carregamento de tomate e outros produtos para levarem as diferentes províncias do país. A cintura Verde de Luanda, nomeadamente Kaquila (no Calumbo), Cacuaco e Catete são os principais locais de produção. A procura tem a ver com o preço que, comparado aos outros centros de produção, chega mais barato ao consumidor final, segundo os comerciantes
Há 12 anos que Jeremias Paulo, natural Waku Kungo, comercializa tomate, tirando de uma localidade para a outra. Nos anos passados, buscava o produto no Namibe para vender em Luanda, mas há dois anos que o quadro se inverteu, ou seja, passou a tirar de Luanda para outros pontos, com particular destaque para a Kibala e o seu local de nascimento, Waku Kungo, ambos os pontos pertencentes a província do Cuanza Sul. “Nesta época o Waku Kungo não teve produção de tomate e se regista escassez desde o mês de Abril.
A produção de Luanda tem vindo a aumentar e achei melhor começar a tirar daqui para a minha província”, disse acrescentando que anteriormente transportam 250 caixas de tomate, número que reduziu para 220 por causa do aumento de clientes que procuram o produto em Luanda. Para se ter a ideia da procura do ‘tomate de Luanda’, quando a reportagem de OPAÍS o abordou, por volta das 11h de Segunda-feira, 7, na fila de espera estavam cerca de 15 carrinhas a frente de Jeremias Paulo. Esta realidade é, para o interlocutor, uma demostração que Luanda, aos poucos, tem deixado de ser apenas consumidor, passando também a produtor.
Em calumbo, Kaquila, Jeremias e outros comerciantes compram a caixa de tomate de 30 quilos no valor de 4 mil Kwanzas, sendo que, por esta altura, estão a revender ao preço de 10 mil Kwanzas na Kibala e Waku-Kungo. Na mesma situação está António Teixeira, que revende o tomate de Luanda na região leste, nomeadamente no município sede do Uíge, Malanje, Lucapa e Saurimo. Por cada carregamento, normalmente leva 300 caixas de tomate para esses destinos.