Segundo os estudos da Consultora Deloitte, a evolução histórica dos Títulos e Valores Mobiliários, conforme o relatório, está muito alinhada com a evolução do total de activos do sector e, após um período de cerca de 5 anos de crescimento, de 2016 a 2020, o valor total dos títulos apresentou uma redução em 2021, decorrente da valorização e posterior estabilização do Kwanza face ao dólar e ao euro, observada em 2021 e 2022.
Em virtude dos Títulos e Valores Mobiliários representarem a tipologia de activos com maior peso no sector bancário nacional, a edição deste ano do estudo efectuou uma análise sobre a evolução deste indicador, enquanto os títulos de dívida pública angolana representam a quase totalidade destes activos (cerca de 94%), uma vez que é considerado um produto com menor risco de crédito e com taxas de remuneração atractivas.
Crédito mal parado aumenta 20,8% O crédito mal parado (rácio de crédito vencido) aumentou 20,8% em 2023, sendo que, em 2022, este rácio foi de aproximadamente 20,6%, o que significa que este rácio se manteve praticamente inalterado, apontam os dados das demonstrações financeiras da consultora Deloitte.
Por outro lado, o total do crédito vencido sobre o total do activo dos bancos teve um crescimento de 20 pontos base, passando de cerca de 5% em 2022 para 5,2% em 2023.
Neste contexto, os bancos devem continuar a efectuar um esforço adicional para reforçar as imparidades para crédito, uma vez que a cobertura tem vindo a reduzir nos últimos anos.
O rácio de crédito vencido, segundo o responsável da Deloitte, José Barata, é ainda elevado e indica que os bancos deverão continuar os esforços de acompanhamento e recuperação de crédito junto dos seus clientes. Além disso, será necessário investir em tecnologia e capacitação do capital humano.
Segundo os indicadores de solidez financeira do sector bancário, publicados em 26 de Fevereiro de 2024 pelo Banco Nacional de Angola com dados de Dezembro de 2023, o rácio de crédito vencido do sector é de 15,1%.
Em 2023, foi observado um crescimento nas transacções realizadas em caixas automáticas e terminais de pagamento automático, incluindo o Multicaixa Express.
O vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Pedro Castro e Silva, mencionou que o BNA tem um aviso que aborda a expansão de serviços bancários em todos os municípios.
Constatou-se, em trabalhos com a Associação dos Bancos, que, muitas vezes, não se consegue chegar a muitos municípios devido a desafios ligados a infra-estruturas. “O BNA está em contato com alguns ministérios para tentar suprir essas necessidades”, sublinhou.
Por: Francisca Parente