Nesta altura as máquinas estão na fase de testes, enquanto se aguarda pela chegada da goma (matéria-prima) importada a partir do Japão e da Índia, e no mês de Maio arrancará a produção de tecidos no país.
POR: Patrícia de Oliveira
Apesar de a produção de algodão se encontrar na sua fase de relançamento, a fábrica têxtil Alassola arrancará a produção ainda este ano. Segundo fontes de OPAÍS, a fábrica começa a produzir tecido em Maio. “No presente ano económico, a Alassola vai produzir tela (tecido bruto) que tem mais valor agregado e, posteriormente, lençóis”, especificou a fonte. A meta passa por produzir 80% para exportação e 20% para o mercado nacional. Além de exportar fio de algodão, a unidade também vai exportar tecido, ambos produtos de exportação sobretudo destinados a Portugal.
Para o presente ano fiscal, a direcção da empresa prevê uma facturação na ordem de USD 100 milhões. Numa entrevista concedida ao OPAÍS, o PCA da unidade fabril, Tambwué Mukaz, considerou que será um grande desafio manter a produção face à conjuntura que o país vive, marcada por uma crise económica e financeira. “Daí que a fábrica tenha arrancado de forma faseada”, enfatizou. “Quando a fábrica Alassola estiver concluída, vai funcionar em três turnos e empregará 1.200 funcionários divididos em várias secções”, precisou. Tambwué Mukaz realçou ainda que a empresa precisa de USD 27 milhões para funcionar em pleno, tendo acrescentado que o fio que está a ser produzido actualmente é exportado para as melhores indústrias têxteis de Portugal.
Com capacidade para produzir anualmente 12 milhões de peças de lar, entre as quais 1608 toalhas de rosto e 120 mil cobertores, o complexo fabril da ex-África Têxtil envolveu um investimento da ordem de USD 600 milhões com origem numa linha de crédito do Japão. Enquanto aguarda pela sua principal produção (tecidos), a Alassola produz fio com o algodão denominado médio longo (141) de 28 a 30 milímetros de comprimento, importado da Grécia e da Índia, em 2015. Nesta fase, a fábrica está a produz fio (que é um conjunto de fibras de algodão torcidas), um produto intermédio, testado em termos de qualidade e que foi aprovado por indústrias internacionalmente reconhecidas, como a Zara Home e El Corte Inglés. A Alassola pretende superar um valor de facturação de USD 100 milhões até ao final do ano.
Academia têxtil
O principal projecto da unidade fabril é criar uma academia profissional permanente para qualificar e actualizar os operários do sector têxtil. O sector têxtil no país possui, além da Alassola, duas outras unidades fabris que encontramse em funcionamento. A Textang- II vai produzir tecidos para fardamentos e moda. A Satec, na província do Cuanza Norte, possui duas unidades no mesmo espaço e vai produzir jeans, polos e ‘t-shirts’.