Com capacidade para produzir 12 milhões de peças/ano para o lar (1,6 de toalhas de rosto e 1,2 de cobertores, e demais produtos) a ex-África Têxtil é um complexo fabril instalado numa área de 127.790 metros quadrados, um investimento de USD 600 milhões suportado por um crédito do Japão.
Enquanto espera para produzir o seu produto principal, a Alassola, produz fio com algodão denominado médio longo (141) de 28 a 30 milímetros de comprimento. Até chegar ao produto final, o processo de trabalho percorre quatro áreas de produção, nomeadamente a fiação, tecelagem, tintura e bordados.
Um ano após a sua inauguração, a fábrica funciona simplesmente com a secção de fiação, uma pequena célula da área fabril, o que significa que a empresa vem perdendo dinheiro.
Por esta razão, é necessário atingir o objectivo para o qual foi concebida. De acordo com Tabwue Mukaz, um empréstimo bancário é necessário, pelo facto de o país ainda não produzir a matéria- prima, nomeadamente o algodão. Segundo o gestor, ao banco BFA foi solicitado um empréstimo num valor em kwanzas equivalente a USD 22 milhões e de outros 5 milhões em kwanzas de garantia para o seguro, faltando, porém, uma garantia autónoma que até ao momento ainda não foi feita. Daí o funcionamento da unidade de modo faseado.
A outra preocupação refere-se ao elevado custo do combustível. A empresa é alimentada por uma central de energia eléctrica de 14 mil watts, cujos custos consomem 30% das receitas da fábrica. Tambwue Mukaz referiu que a empresa precisa de USD 27 milhões para funcionar na totalidade.
Entretanto, o responsável principal da Alassola acrescentou que o seu fio têxtil está a ser exportado para as melhores unidades têxteis de Portugal, nas quais são confeccionados produtos para a Zara Home, a unidade de negócio de produtos para o lar da insígnia Zara do grupo espanhol Inditex, a maior rede retalhista mundial de pronto a vestir.
“Com a primeira exportação de 150 mil toneladas de fio para Portugal, a empresa já arrecadou o equivalente a meio milhão de dólares. Nesta época, a fábrica conta com a segunda exportação, acima de 100 toneladas de fio, um volume inferior ao da primeira exportação por questões técnicas”, justificou o gestor. Questionado sobre o volume de exportações de fiação a ser feitas, referiu que pretende continuar com o processo.
Contudo, contando apenas com a venda de fio têxtil, os lucros são reduzidos. Por isso, no próximo ano arranca igualmente a produção de tela (tecido bruto), que possui mais valor agregado. Numa fase posterior arrancará a produção de lençóis, dado que a meta da fábrica passa por produzir 80% para exportação e 20% para abastecer o mercado nacional.