O sub-director de Vendas da TAAG, António Bartolomeu, afirmou que operam com custos abaixo das operações e tido prejuízos, e não foram reajustados os preços. O Ministério das Finanças admite revisão da tarifa
POR: Miguel Kitari
Apesar das reclamações que têm surgido face aos preços praticados pela TAAG, a companhia afirma que só têm sofrido prejuízos, argumentando “que os preços dos bilhetes de passagem têm variado em razão do novo regime cambial flutuante praticado pelo Banco Nacional de Angola. O sub-director de Vendas da TAAG afirmou ainda que “os prejuízos verificam-se, sobretudo, nas rotas domésticas. E está provado que essas rotas, todas elas, constituem prejuízo para a companhia”, afirmou. Explica também que as tarifas em USD praticadas pela TAAG é uma exigência da Associação Internacional das Transportadoras Aéreas (IATA) e que a tabela de preços não foi alterada há mais de dois anos.
“É apenas uma questão de flutuação cambial”, reiterou. Sublinha, por outro lado, que a IATA fixa os preços em dólares em virtude da relação existente entre as companhias, realçando que quando se pensou na redução dos preços em 10% e 20%, em alguns casos, sobretudo para aqueles passageiros que comprem bilhetes de passagem com algum tempo de antecedência, no sentido de reduzir custos aos cidadãos que estão com algumas dificuldades. Acrescenta que “a TAAG voa com custos muito abaixo das operações, e mesmo assim, continuamos a tentar encontrar soluções financeiras no sentido de minorar o défice”.
Referiu ainda que a empresa só opera para algumas regiões, visando cumprir com a sua função social, acrescentando que a frota doméstica não se adequa à realidade, sublinhado que as aeronaves em uso deviam servir para médio curso (regionais) ou então para rotas internacionais. Todavia, reconhece que são os aviões disponíveis, e a sua administração trabalha para encontrar uma saída. Por seu turno, Eduardo Tchiamba, técnico do Instituto de Preços e Concorrência do Ministério das Finanças, afirma que não se justifica a tarifa alta que está a ser praticada nos transportes aéreos no país. “O Instituto Nacional de Preços e Concorrência tem consciência de que os preços estão altos. O Ministério das Finanças tem essas tarifas no Regime de Preços Vigiados. Por isso, nos próximos tempos, vamos reunir para vermos a estrutura de formação destes preços para colmatarmos algumas deficiências”, anunciou.
António Tchiamba reconheceu que os preços das tarifas estão formados, tendo em conta o seu valor em dólares. No entanto, ressalva que nem todos os custos das companhias são praticados em moeda estrangeira. “Deve haver alguma gestão analítica na formação destes preços. Não vamos ter preços baixos, mas também não vamos permitir que sejam sobrefacturados”, alertou. Os dois responsáveis falavam durante um debate promovido pela Rádio Nacional de Angola. Nos últimos tempos, a companhia aérea de bandeira foi contestada, em vários pontos do país, em razão da alta de preços dos bilhetes de passagens. Os cidadãos da cidade do Dundo, província da Lunda -Norte, chegaram mesmo a fazer uma marcha de protesto.