Ministra das Finanças garante que ainda não foi tomada uma decisão para a retirada da subvenção aos combustíveis pelo facto de estarem a ser analisados todos os cenários e impactos possíveis e quais medidas seriam implementadas
O Estado angolano gasta, anualmente, de 3 a 4 mil milhões de dólares americanos na subsidiação do preço dos combustíveis, segundo a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa. Mas mesmo assim a decisão de pôr fim a este subsídio continua a ser ponderada pelas autoridades e ainda não há uma data à vista, garante a responsável.
A ministra disse que há toda uma realidade que inclui municípios que ainda usam quantidades consideráveis de diesel para a geração de electricidade, impacto em indústrias e fazendas que vivem da geração de electricidade via geradores, preços dos fretes para o transporte de bens de primeira necessidade e não só, e que ainda precisam do combustível como forma de sobrevivência “Nós temos tudo mapeado.
Agora o desafio está em tirar o sapato de bailarina deste elefante pensando em medidas que, potencialmente, pudessem mitigar os efeitos de uma possível remoção (dos subsídios)”, afirmou a ministra das Finanças em entrevista ao programa Café da Manhã da Luanda Antena Comercial – LAC. Segundo a ministra, a decisão ainda não foi tomada por estarem a ser analisados todos os cenários e impactos possíveis e quais medidas seriam implementadas.
A ministra acrescentou que o valor do subsídio aos combustíveis varia em função do preço de mercado do produto, mas o valor é altíssimo. Entretanto, 4 mil milhões, segundo Vera Daves de Sousa, é o valor necessário para implementar dois programas com os cus- tos do PIIM, ou seja, o Estado angolano engajou no programa que decorre 2 mil milhões de dólares provenientes do Fundo Soberano e se retirado o subsídio aos combustíveis representaria uma poupança significativa.
O processo do fim da subsidiação dos combustíveis chegou a ser aventado para o presente ano, 2023, e teria sido um compromisso assumido pelo Governo angolano com o FMI, mas o despreparo da nossa economia e da sociedade angolana são factores que podem estar a provocar alguma dor de cabeça ao Executivo e protelar o início da operação por temor aos impactos negativas que tal pode provocar no país.