A petrolífera angolana estatal Sonangol, que ontem, dia 25 de Fevereiro, comemorou 48 anos de existência, tem como desafio o início da exploração de petróleo em terra (onshore), neste ano, depois de longos anos a operar somente no mar (offshore)
Para concretizar essa meta, a empresa pública já concluiu, com sucesso, a perfuração de dois blocos onshore, localizados na Bacia Terrestre do Kwanza, na comuna de Cabo Ledo, município de Quissama, província de Luanda. Trata-se dos poços petrolíferos denominados ‘KON-11’ e ‘KON- 12’, com potencial para produzir um total de 80 milhões de barris de petróleo, sendo 40 milhões para cada bloco, ao longo do período de exploração.
A ‘estreia’ da Sonangol no onshore da Bacia do Kwanza assinala um marco importante para a indústria petrolífera angolana, por simbolizar a abertura de oportunidades para a descoberta de mais petróleo e complementar a exploração feita no offshore, segundo o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo. Esse feito também é de extrema relevância, porque surge 27 anos depois da desactivação das operações petrolíferas nesses blocos, que se encontravam inactivos desde 1996.
Para além da Sonangol, que é a operadora com 30% das acções, os blocos contam também com a parceria de um consórcio composto pelas empresas Brites Oil& Gás, com 25%, Grupo Simples Oil e Atlas Petroleum Exploration Worldwide (20%) cada, assim como a Ómega Risk Solutions Angola, com 5%. Até ao momento, a produção petrolífera da Sonangol é feita, maioritariamente, em águas rasas e profundas, offshore, uma operação que acarreta mais custos na produção, comparativamente a onshore.
Descobertos em 1966, os respectivos campos estão situados a cerca de 120 quilómetros do centro da cidade capital angolana. A designação de KON resulta da combinação das palavras Kwanza e Onshore. Com o lema ‘Sonangol, produzir para transformar’, a empresa tem também, entre outros, o desafio de construir a refinaria de Cabinda, com a previsão de ser concluída no final do segundo semestre de 2024, assim como a do Lobito (Benguela), para reduzir cada vez mais o volume de importação de refinados.