O projecto da sociedade mineradora Lufo inaugurado, segunda-feira, em cabinda, pelo ministro dos recursos minerais, Petróleo e Gás, diamantino Azevedo, prevê produzir cerca de 10 quilogramas de ouro por mês. O empreendimento está avaliado em USD 15 milhões e 200 mil, investidos, entre 2019 a 2023, nas actividades de prospecção geológica, infra-estruturas, transporte e produção, esta última sustentada por uma planta com capacidade de lavagem de 850 toneladas de solos por hora
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, afirmou que o início da actividade de produção de ouro no projecto aurífero da Sociedade Mineira Lufo, em Cabinda, vai estimular o investimento privado directo, abrir caminho para a transformação do ouro como instrumento de reserva monetária, bem como potenciar as exportações permitindo, assim, a arrecadação de divisas para o país.
Falando no acto inaugural da mineração, localizada no município de Belize, a cerca de 200 quilómetros a Norte da cidade de Cabinda, o ministro Diamantino Azevedo disse, igualmente, que o projecto vai contribuir para o aumento da arrecadação de receitas fiscais e para o processo de diversificação económica, bem como no aumento do emprego e no desenvolvimento local. “Vale destacar que todas acções desenvolvidas, no âmbito da implementação desse projecto, estão alinhadas com a estratégia de desenvolvimento do Executivo angolano e do Presidente da República, João Lourenço”, disse.
A exploração do ouro e de outros recursos minerais, segundo Diamantino Azevedo, não é apenas uma actividade económica, mas, também, um compromisso com a excelência, com a sustentabilidade e com a responsabilidade social, pelo que, “recomendamos o escrupuloso cumprimento desses pressupostos por parte dos promotores do projecto.” “Para além disso, apelamos aos promotores do projecto que estabeleçam um compromisso com o desenvolvimento local através da criação de empregos principalmente para os nossos jovens e na criação de programas sociais que beneficiam directamente as comunidades circunvizinhas”.
Segundo o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, o início da produção de ouro neste projecto é mais do que uma actividade económica e comercial, senão a realização de um sonho, fruto de anos de trabalho árduo de prospecção e pesquisa, com investimentos avultados. O governante aproveitou a ocasião para agradecer os promotores pelo seu comprometimento e dedicação, e às autoridades locais e toda comunidade ao arredor do mesmo, pelo apoio contínuo em prol das actividades do projecto. “Hoje inauguramos não apenas uma mina de ouro, mas um legado de respeito, responsabilidade e excelência para que juntos possamos ser protagonistas de uma história de sucesso, progresso e compromisso com um futuro sustentável do nosso país”.
A governadora de Cabinda, Mara Quiosa, manifestou estar disponível a apoiar a progressão da empresa para o desenvolvimento sócio-económico da província e o bem-estar das populações. “O que queremos seguramente é que deste investimento venha retorno para que possamos tirar bons rendimentos e através destes bons rendimentos apelamos ao vosso bom senso para termos a atenção da responsabilidade social que as empresas devem ter. É importante que as nossas populações sintam o efeito positivo da implementação deste projecto no âmbito da responsabilidade social.”
Por dentro do projecto Lufo
A Sociedade Mineração Lufo é uma empresa de direito angolano, cujas actividades iniciaram em 2015, focada na prospecção, desenvolvimento e exploração de activos de ouro e metais preciosos. O projecto Lufo está situado no município de Belize, extremo Nordeste da província de Cabinda, numa área de 375,1 quilómetros quadros. Os trabalhos de prospecção, pesquisa e avaliação deste projecto tiveram início no ano de 2013 mediante esforços conjuntos entre a antiga concessionária nacional e um grupo de empresários nacionais, parte deles residentes em Cabinda. “Reconhecemos o empenho e dedicação de todos envolvidos que, apesar das dificuldades do terreno, típicas em zonas de florestas como a do Maiombe, não pouparam esforços nem recursos para que o grande sonho se tornasse, hoje, realidade”, assumiu Diamantino Azevedo.
A empresa tem 380 funcionários, dos quais 90% são homens, com uma faixa etária que varia dos 19 aos 58 anos, entre angolanos, brasileiros e um filipino distribuídos nas áreas de máquinas e equipamentos, geologia e meio ambiente, administração, processamento mineral, operações, segurança, actividades civis e cooperação. Em termos de prospecção mineral, a empresa tem já avaliada cerca de 37% da área, 20 blocos de lavras já identificados, dos quais dois em desenvolvimento e um em estágio de lavra. A sua produção é sustentada através de uma planta com capacidade de lavagem de 850 toneladas de solos por hora.
Em relação à sustentabilidade, o director do projecto, Ranieri Almeida, disse que a empresa actua em quatro vertentes ambientais com o monitoramento das águas, o aspecto social sobre as comunidades onde está inserida, bem como na protecção da fauna e da flora. Para este último, conta com um viveiro de 15 mil e 235 mudas de algumas espécies florestais do Maiombe para a reabilitação das áreas de lavra. Em termos financeiros, entre 2019 a 2023 foram investidos USD 15 milhões e 200 mil para as actividades de prospecção geológica, infra-estruturas, transporte e produção.
As metas da empresa do ponto de vista económico, social e ambiental é crescer de forma sustentável no meio ambiente de floresta, aumentar os recursos e reserva de ouro secundário e delinear recursos de ouro primário, enquanto no aspecto social é auxiliar o desenvolvimento económico e proactivo com as comunidades juntos ao projecto no quadro da sua responsabilidade social.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda