Nem plano aprovado pelo BNA, nem troca de accionistas foram até agora suficientes para tirar contas do Banco Económico do vermelho e solução passa por reduzir custos
Em nome do Plano de Recapitalização e Restruturação (PRR) determinado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), o Banco Económico deve, conforme informação a que OPAÍS teve acesso, encerrar algumas agências e, consequentemente, colocar funcionários no desemprego.
Na carta dirigida aos colaboradores abrangidos na medida, o banco justifica a decisão com a “situação líquida deficitária”, pelo que, a solução, por agora, continua a ser diminuir custos. O número de funcionários a serem despedidos ainda é incerto, mas conforme os dados obtidos pelo jornal OPAÍS, devem se ficar pela centena de pessoas.
O Plano de Recapitalização e Restruturação (PRR) foi aprovado no fim de 2021, sendo que começou a ser implementado em 2022 e desde então, teve como principais consequências a alteração da estrutura accionista, com entrada de novos accionistas, nomeadamente um fundo de investimento que, desde logo, foi obrigado a realizar um grande aumento de capital social. Muito questionado sobre o porquê do tratamento diferenciado ao Banco Económico no comparativo com outros bancos que em situação parecida, foram obrigados a fechar portas, o BNA justificou, na altura, com a necessidade de garantir a estabilidade do sistema financeiro angolano e a salvaguarda dos interesses dos credores, com destaque para os depositantes.
O Banco Económico resulta da nacionalização do extinto Banco Espírito Santo Angola (BE- SA), após um longo processo que culminou na divisão em dois do Banco Espírito Santo em Portugal, bem como na acusação de gestão ruinosa do antigo chefe máximo da família e grupo Espírito Santo, Ricardo Salgado. Em Angola, chegou a receber garantia soberana para a carteira de crédito que foi sendo concedida com rigor questionável, mas quando a “batata aqueceu” de facto, perdeu a garantia que lhe podia garantir a sobrevivência do banco em Angola.
POR: Ladislau Francisco