Nos próximos cinco anos o sector de exploração petrolífera e do gás deverá beneficiar de um investimento de 71 mil milhões de dólares, avançou, ontem, em Luanda, o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Nacional de petróleo, Gás e biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo
O responsável que falava na conferência de imprensa sobre o 5º aniversário da concessionária nacional disse que nos últimos anos a ANPG recebeu 50 mil milhões de dólares que deu origem à criação da instituição e serviu para atenuar o declínio da produção que se verificava até 2017. Disse, igualmente, que o investimento aumentou (entre 2022 e 2023), passando de cerca de USD 5,6 mil para 12 mil dólares.
Até ao final do presente ano, as concessões petrolíferas poderão explorar cerca de 43 poços entre os de exploração e de desenvolvimento, sendo que nos últimos anos a produção foi suportada, em média anual, por 11 sondas e 30 perfurações de poços. Em 2023, por exemplo, Paulino Jerónimo disse que foram registados 37 poços petrolíferos, contra os 40 previstos, mas que as perspectivas para 2024 apontam para 43 perfurações.
Dentro das áreas de produção e desenvolvimento, foram explorados poços nas concessões dos Blocos 15 e 15/06, sendo que a ExxonMobil tem planificada a perfuração, neste ano, de vários poços, com o início do primeiro previsto para o final deste mês de Fevereiro. Do mesmo modo, a TotalEnergies perfurará durante o corrente ano um poço no Bloco 17.
“Para avaliar o potencial petrolífero das novas zonas de exploração, continuam em curso os trabalhos nas bacias interiores, que visam a avaliação de cerca de 520 000 km2 de bacias sedimentares localizadas nas províncias do Cunene, Cuando Cubango, Moxico, Malanje, Cuanza Norte, Lunda Norte, Lunda Sul e Uíge”, explicou o PCA da ANPG. Paulino Jerónimo disse que nos cinco anos de existência da Agência a Covid-19 não fez parar o sector petrolífero, apesar de se ter registado algum período de precauções que foram retiradas cerca de 10 sondas no auge da pandemia.
“Durante a pandemia da Covid-19 a produção petrolífera não foi afectada, tão pouco as vendas, inclusive haviam petroleiros no mundo a procurar portos para venda do petróleo bruto e Angola não esteve neste grupo”, disse. O responsável disse que a instituição que dirige teve um balanço positivo, destacando os níveis de produção de petróleo acima de um milhão e 100 mil barris de petróleo por dia, bem como o surgimento de quatro licitações de novas concessões. Contribuíram também para o sucesso da ANPG, explicou, o quadro regulatório e a melhoria do ambiente de negócio.
“O surgimento da ANPG tem vindo a criar as melhores condições para a manutenção e atracção de novos investidores, a partir do plano estratégico que visa a consolidação da concessionária nacional, apostas nas reservas internas para atenuar o declínio, políticas de desenvolvimento do capital humano, assim como de acções focadas nas energias renováveis e nos biocombustíveis”, enfatizou.
Auditoria da IGAE
Em relação à transparência na gestão da empresa, o responsável enalteceu os trabalhos de auditoria realizados pela Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), sublinhando que faz parte das tarefas laborais e ajudou a melhorar o desempenho. Nos últimos cinco anos, o país deixou de produzir 170 milhões de barris de petróleo, sendo o equivalente a 90 mil barris/ dia, o que significa a meio ano de produção, tendo em conta as paragens não planificadas. Para atenuar os prejuízos, Paulino Jerónimo referiu que há necessidade de investimento substanciais que serão realizados no âmbito do projecto de produção a implementar.