Estão previstos investimentos nos pontos turísticos do país, que numa primeira fase serão executados nas províncias de Benguela, Cuando Cubango, Cuanza Norte, Huíla, Luanda, Malange, Namibe e Zaire
O Executivo perspectiva que o sector do turismo venha a empregar nos próximos quatros anos 50 mil pessoas, isto é de 2024- 2027, com a concretização de metas para assegurar o investimento directo em grande escala, desenvolver infra-estruturas e serviços públicos. Os dados constam do Plano Nacional de Fomento ao Turismo (PLANATUR) lançado, recentemente, pelo Ministério da Cultura e Turismo.
Conforme o PLANATUR, o número de empregos no sector passará a subir de ano em ano, estando, para 2024, prevista a criação de 5 mil postos de trabalho, que deverá subir para 15 mil em 2025, 30 mil em 2026 até atingir a meta de 50 mil em 2027. Segundo dados da Comissão Intersectorial do PRODESI, sobre o “Estudo da Cadeia de Valor do Sector do Turismo em Angola”, lançado em Julho 2020, neste período Angola empregava perto de 31 mil funcionários no sector. Destes empregos, 74% do total estão concentrados em três províncias, nomeadamente Luanda com 62%, Benguela 6% e Huíla com 6%. O Estudo da Cadeia de Valor do Sector do Turismo em Angola aponta que 55% do total de funcionários trabalham em hotéis, 17% em pensões e 17% em hospedarias.
Para o cumprimento dos 50 mil empregos previstos no PLANATUR, cuja disponibilização financeira do Estado ronda os 2.489.980.000.000,007 (dois triliões, quatrocentos e oitenta e nove mil milhões, novecentos e oitenta milhões de kwanzas), deverão ser criados mais de 3 mil e 175 quartos.
Acesso aos pólos
O financiamento ao PLANA- TUR contempla verbas para a asfaltagem de estradas de acesso aos pólos, projectada para 500 quilómetros até 2027 que, progressivamente, subirá de 50 quilómetros em 2024, 150 em 2025 e 300 em 2026. O acesso aos pólos contará ainda com 600 quilómetros de terraplanagem. Estão previstos, igualmente, investimentos nos pontos turísticos do país, que, numa primeira fase, serão executados em oito províncias, nomeadamente Benguela, Cuando Cubango, Cuanza Norte, Huíla, Luanda, Malange, Namibe e Zaire.
Benguela, por exemplo, deve ver melhorada as condições da Praia da Caotinha, com a implantação de infra-estruturas e serviços públicos de apoio à actividade turística, como instalações sanitárias, sinalética turística, loja de conveniência, miradouro, ordenamento do espaço marinho e portagem. O mesmo deve acontecer com a Baía Azul, também em Benguela, Fenda da Tundavala e Serra da Leba, na Huila, Pedras Negras de Pungo-a-Ndongo, Rápidos do Cuanza e Pólo Turístico de Calandula, em Malanje, assim como o Largo do Arco e Colinas do Curoca no Namibe.
O PLANATUR é um plano quadrienal que irá mobilizar investimentos públicos e privados, entre 2024-2027, sendo que 2 triliões e 276 mil milhões dizem respeito aos projectos sob gestão directa do Ministério da Cultura e Turismo, e a diferença, pelos demais departamentos ministeriais que concorrem para o desenvolvimento de infra-estruturas de suporte ao turismo, nomeadamente da Energia e Águas, e Obras Públicas, Urbanismo e Habitação. Neste quadriénio, o sector privado deverá financiar com 247 mil milhões de kwanzas, para o fomento do turismo, reforçando o capital disponível junto da banca, assim como o Fundo Activo de Capital de Risco (FACRA).