O director nacional do Instituto Nacional de Fomento do Turismo, Afonso Vita, disse que o número ainda está longe do desejado, se se levar em conta os objectivos do Governo em fazer chegar aos 1,9 por cento das contribuições do turismo para o PIB em 2050
O sector do turismo arrecadou 21 milhões de dólares norte- americanos em 2023, segundo dados do Ministério da Cultura e Turismo. Conforme os dados, ainda assim, as contribuições das receitas do turismo para o Produto Interno Bruto (PIB) caíram de 1,3 por cento para 0,01 durante os últimos sete anos, isto é, de 2016 a 2023.
As receitas adquiridas pelo sector do turismo em Angola tiveram um decréscimo, passando de 628 milhões USD em 2016 para os 24 milhões USD em 2022, o que perfaz uma diminuição de 604 milhões USD. As principais razões para a queda nas contribuições se devem, segundo os dados do sector, a diversos factores, entre os quais a pouca divulgação de informações e a fraca promoção que existe sobre os destinos turísticos nos meios de comunicação social. A não divulgação dos pontos turísticos leva ao desconhecimento de muitos potenciais turistas sobre estes sítios, incluindo no capítulo cultural, como a existência de museus.
Aponta ainda a falta de conectividade aérea internacional e mais voos de ligação entre as demais províncias e a capital Luanda, a falta de uma marca turística, unidades hoteleiras e de restauração insuficientes, assim como a desactualização da legislação turística e a imagem de insegurança que os principais centros urbanos ainda apresentam.
Portugal lidera lista dos turistas
Apesar da queda registada na contribuição do sector do turismo para o Produto Interno Bruto, o país registou a presença de turistas oriundos de vários países do mundo, com diferentes objectivos. “Os 10 países que mais emitiram turistas para Angola no período que vai de 2016 a 2023 são liderados por Portugal com 46,3 por cento, seguido do Brasil com 10,2 e a China com cerca de 8,9 por cento”, lê-se no documento. Em relação à proveniência dos turistas, o continente europeu destaca-se com 51% do total de turistas durante o período em análise (seis anos), a seguir aparecem o continente africano com 17,1% e o continente asiático com 13%.
Este relatório acrescenta ainda que relativamente aos motivos de viagens, os serviços têm o maior peso com 60 por cento de 2016 a 2023, seguido das viagens de negócios com 17,4 por cento, ao passo que as férias aparecem por último com 16,7 por cento. Estes números, segundo o director nacional do Instituto Nacional de Fomento do Turismo, Afonso Vi- ta, ainda estão longe do desejado, se se levar em conta os objectivos do Governo em fazer chegar aos 1,9 por cento das contribuições do turismo para o PIB em 2050.
POR: João Katombela, Huíla