A ambição da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG) assenta num forte potencial do mercado e realidade da região, mas obriga a trabalho para crescimento de mais de 2%
O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), Elmer Serrão, disse à imprensa, no fim-de-semana, que o objectivo é ver o sector dos seguros em crescimento e que possa contribuir na ordem dos 3% para o Produto Interno Bruto (PIB).
Um nivelamento que não é aleatório, mas baseado no nível de contribuição do sector na região da SADC, que conforme Elmer Serrão ronda estes níveis, sendo que o exemplo mais relevante é a África do Sul. Mas, para atingir estes níveis, há muito trabalho a ser feito, desde logo nas questões de literacia financeira, com foco para as questões específicas de literacia de seguros.
Só assim, apontou o PCA da ARSEG, podemos fazer com que as pessoas percebam a importância dos seguros para a sua vida e, consequentemente, se decidam por pagar pelos serviços. Uma questão que está longe de ser nova e exclusiva dos seguros, mas que afecta grandemente o sector ao ponto de a contribuição do sector posicionar-se nos 0,8%, nível considerado baixo pelo responsável máximo da ARSEG.
Ao falar sobre o assunto, o membro da associação do sector, José Araújo, disse a OPAÍS que os dados evidenciam a necessidade de trabalho no domínio da educação de seguros, mas também a necessidade de trabalho por parte das entidades do sector, que têm de sair da zona de conforto e chegar a zonas as quais ainda não chegaram. Só assim, disse o interlocutor, se consegue fazer com que as receitas do sector cresçam e se chegue a contribuir mais para o PIB.
Crescimento dos prémios
Não obstante a isso, as coisas não são todas más no sector dos seguros. Os prémios cresceram, assim como os pagamentos em indemnizações também. Desta feita, as indemnizações posicionaram-se nos 49 mil milhões de kwanzas em 2023. Acresce a isso que o ramo vida, que antes se limitava aos 3% da carteira do sector, cresceu e agora, conforme os dados avançados pelo PCA da ARSEG, representa hoje 9% do total da carteira.
Outro dado importante, talvez mesmo o mais importante de todo o desenvolvimento do sector, está relacionado com o potencial de crescimento do mesmo. Vejamos que o mercado tem em si só um grande potencial de crescimento, olhando para a taxa de crescimento da população, depois para o baixo nível de literacia financeira. Como se não bastasse, como foi dito pelos players do sector, há ainda muitos serviços, ou seja, campos por explorar, os casos do seguro agrícola que ainda não se negocia no nosso mercado, quando há muitas entidades a trabalhar no sector, ao mesmo tempo que há uma aposta de Estado na segurança alimentar.
POR: Ladislau Francisco