O relançamento do trigo no país ganhou outro impulso com o investimento privado na província do Huambo, incentivado pelo ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis. O presidente da Associação das Panificadoras aplaude, mas acautela que é preciso apoio do Estado
Em reacção ao relançamento da cultura do trigo, que teve lugar na comuna da Calenga, município da Caála, província do Huambo, o Presidente da Associação das Panificadoras de Angola, Gilberto Simão, defende que “este processo deve ser sustentável. Portanto, para que isso vá avante é preciso que o governo adopte políticas de protecção e de apoio aos produtores”, indicou o responsável associativo. O que este produtor do Huambo está agora a fazer vai de encontro aquilo que sempre “apelamos ao governo.
Conhecemos o produtor, já estivemos com ele no Huambo, e incentivamos a prosseguir”, frisou. Reforça que é preciso sustentabilidade e, para tal, aponta como uma das soluções o combate à concorrência desleal que existe no mercado da farinha de trigo em Angola. Diz ainda que é preciso obrigar os grandes produtores a financiarem a produção interna. Para ele, se a produção nacional não for incentivada e protegida tudo que for feito não terá os resultados esperados. “Dos 350 milhões de dólares que o Executivo disponibiliza para a importação de trigo, os empresários que beneficiam do montante deviam ser obrigados a gastar pelo menos 10%.
Quando isso acontecer teremos sustentabilidade e vamos atingir a auto-suficiência em termos de produção de trigo nos próximos 10 anos”, defendeu. Gilberto Simão diz que é preciso incentivar as micro e pequenas empresas produtoras de trigo. Com efeito, avançou que a Associação que preside está a trabalhar numa cooperativa, a nível das províncias do Huambo, Bié, Cuando Cubango e Moxico, que vai dedicar-se ao fomento da produção de farinha de trigo.
“Para o êxito desta iniciativa, precisamos de apoio do Executivo. E já falamos com o ministro da Agricultura sobre o assunto. Esta- mos à espera que o PLANAGRÃO nos ajude”, disse. Importa referir que a produção de trigo na comuna da Calenga, município da Caála, província do Huambo, foi incentivada, na última semana pelo ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, com o início do cultivo de 30 hectares de terras.