O relançamento da Edipesca visa essencialmente a reabilitação e construção de novas infraestruturas de raiz (fábrica de congelação), no âmbito do protocolo de cooperação existente entre os governos de Angola e da Coreia do Sul
POR: Borges Figueira
Os governos de Angola e da Coreia do Sul assinaram recentemente um protocolo de cooperação que visa financiar a reabilitação e ampliação das infra-estruturas da Empresa Distribuidora dos Produtos da Pesca (Edipesca), avaliado em USD 49 milhões, segundo revelou neste fim-de-semana, em Luanda, ao jornal OPAÍS, o seu director geral, Rafael Pascoal. De acordo com o dirigente, esta reabilitação e ampliação das instalações da firma vai permitir com que a mesma fique dotada de meios e equipamentos capazes de fazer face ao actual quadro económico que o país vive, no âmbito da diversificação da economia em curso, bem como na regularização dos preços dos produtos da pesca no mercado nacional.
De facto, a Empresa Distribuidora dos Produtos da Pesca encontra-se num processo de relançamento e, nesse sentido, será construída uma nova fábrica de congelamento dotada de capacidade de tratamento de cinco mil toneladas de pescado. Ademais, disse o dirigente, “Actualmente está em curso uma maratona de negociações entre os governos de Angola e da Coreia do Sul, que vai culminar num financiamento bilateral que visa, essencialmente, cobrir as despesas de reabilitação e ampliação da firma”. A Edipesca, na qualidade de ser uma empresa antiga, ainda pertence ao Estado, razão por que o Governo angolano, em parceria com a Coreia do Sul, irão financiar a sua reabilitação e ampliação, no âmbito de um protocolo de cooperação assinado recentemente em Luanda, e que já permitiu a visita de vários especialistas coreanos dos diversos ramos, com destaque para os do Ex Bank daquele país asiático.
Por outro lado, a direcção do ministério das Pescas e do Mar achou por bem dotar a Edipesca de meios modernos, de forma a jogar um papel importante no processo da diversificação económica em curso no país, com novas áreas de serviços, destacando- se, após a sua reabilitação, a sala de processamento de postas de pescado, filetes, assim como de secagem de peixes. Segundo Rafael Pascoal, actualmente a direcção da Empresa Distribuidora dos Produtos da Pesca está a trabalhar num estudo de viabilidade do projecto, segundo as normas de financiamento do Ex Bank da Coreia do Sul.
O referido processo já decorre há mais de um ano e meio. Rafael Pascoal informou ainda que a direcção do ministério das Pescas e do Mar está a apostar seriamente na organização da cadeia de valores, onde se integram os armadores, grossistas e retalhistas. O responsável avançou que o actual quadro financeiro da firma que dirige não é dos melhores, tendo em conta o estado avançado de degradação das infra-estruturas, com data de construção em 1954 e que, em 1982, beneficiaram de obras de reabilitação, facto que permitiu resistir até aos dias de hoje, mas não tem contribuído para o desenvolvimento da empresa, que nesta altura opera na ordem dos 20 a 30% da sua capacidade instalada.
“O que mais nos preocupa nesta altura é sairmos desta situação em que nos encontramos e entrar com toda a força no mercado nacional para cumprirmos o nosso verdadeiro papel, que consiste na unidade reguladora do mercado do peixe ”, disse. A Empresa Distribuidora dos Produtos da Pesca conta actualmente com um volume de negócios que ronda uma média mensal entre os 25 a 30 milhões de Kwanzas, o que constitui uma margem muito pequena e impossibilita, muita vezes, que se jam honrados os compromissos com os trabalhadores no que toca ao pagamento de salários. No entanto, rematou o dirigente.”Actualmente temos todos os salários pagos, assim como os subsídios. São de 84 trabalhadores, com um fundo salarial que ronda entre os nove a dez milhões Kwanzas por ano”.