Em declarações à imprensa, à saída da audiência com o governador de Benguela, Bharat Joshi reiterou o interesse de empresários britânicos no corredor do Lobito. O diplomata britânico esteve à conversa com Nunes Júnior a quem manifestou o interesse de empresários do seu reino em investir pouco mais de mil milhões de dólares na província, na perspectiva de promover o desenvolvimento na região.
Do governador, o diplomata soube da carteira de projectos de que Benguela dispõe (que é de 2 mil milhões de dólares – segundo dados em posse deste jornal), cujo fito é a melhoria das condições de vida da população. Bharat Joshi sinaliza que o seu país vê grandes potencialidades em Benguela, sobretudo nos sectores do turismo e agricultura, daí haver um manifesto interesse de cooperar.
“Sobretudo para desenvolver a agricultura, as infra- estruturas. Há aqui grandes projectos com financiamento britânico”, salienta o chefe da missão diplomática do Reino Unido em Angola, que desenvolve, em Benguela, uma agenda de trabalho de 24 horas.
À imprensa, à saída da audiência que o governador lhe concedeu, o diplomata deu, igualmente, nota de que empresários do seu país estão também de olhos postos no corredor do Lobito, porém, segundo sublinha, há mais vida para lá desse projecto, financiado pelos Estados Unidos, que merece também uma atenção especial por parte de homens de negócios britânicos. “É uma cidade (Benguela) onde há muitas oportunidades.
Vamos trabalhar no corredor com as empresas britânicas, mas também fora do corredor, no turismo e na agricultura”, considera. Para Baharat Joshi, as relações entre Angola e o Reino Unido atingiram níveis satisfatórios de cooperação em 2024, consubstanciadas, essencialmente, em uma parceria «muito forte». Todavia – conforme sustenta – há, pois, a necessidade de se continuar a trabalhar mais, a fim de que aquilo que qualifica de «fortaleza», em termos de parceria bilateral, se mantenha.
O embaixador não conseguiu precisar o volume de negócios entre os dois países, em 2024, ante à pergunta de jornalistas, entretanto sinaliza que o ano transacto foi bastante profícuo para as relações comerciais para os dois países.
A posição de Bharat é sustentada com o facto de ter havido muitos investimentos de empresas do seu país em Angola, destacando, as- sim sendo, acções desenvolvidas por homens de negócios na província mais a norte do país, Cabinda.
“Muitos investimentos de empresas britânicas em Angola em todo o ano, incluindo, por exemplo, em Cabinda, com o novo aeroporto, e vamos ver mais este ano”, projecta o diplomata britânico.
O embaixador britânico esteve no Porto Comercial do Lobito, onde se inteirou das potencialidades infra-estruturais da empresa pública, um dos pulmões do corredor do Lobito. O Governo britânico tem vindo a demonstrar grande interesse pela plataforma logística. Por conta disso, de resto, vários dignatários têm estado tanto no CFB quanto no Porto do Lobito.
Os mais de mil milhões de dólares ora anunciados juntam-se ao pacote de 500 milhões de dólares, tornados públicos em 2024, pelo Governo britânico para investimentos só no corredor do Lobito.
Nunes fala em convergência de intensões
Por sua vez, o governador de Benguela, Nunes Júnior, reforça a tese de que os britânicos corresponderam àquilo que são as áreas prioritárias para o governo, em termos de investimentos.
Feito isso, diz, doravante dar-se- ão os passos que se impõem rumo à materialização da pretensão anunciada pelo Governo do Reino Unido. “Vamos ver agora, no futuro, que passos devem ser dados para se concretizarem essas intenções que foram aqui vistas das duas partes”, ressaltando as potencialidades de Benguela do ponto de vista turístico.
“Ficamos de ver agora, do ponto de vista prático como é que poderemos captar investimentos na área do turismo”, declara, ao referir que os detalhes práticos, em relação ao investimento propriamente dito no turismo, vão ser tratados em Fevereiro deste ano, com a presença de uma agência norte-americana em Benguela.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela