A Imprensa Nacional-EP (IN-EP) registou uma queda nos seus proveitos totais em 2023, contabilizando 3,82 mil milhões de kwanzas, uma redução de 11% face ao mesmo período de 2022
Esta diminuição, de aproximadamente 468 milhões de kwanzas, foi impulsionada principalmente pela queda de 47,17% em “outros proveitos” e uma baixa de 12,48% nas vendas. A maioria dos proveitos da INEP provém da venda de produtos, que representaram 88,68% do total em 2023.
Segundo dados do relatório de actividade e contas da Imprensa Nacional, a prestação de serviços contribuiu com 11,30%, enquanto outros proveitos somaram apenas 0,02%. No entanto, a queda nas vendas de produtos como estacionário (-61,81%), Diários da República (-44,14%) e publicações (-38,86%) resultou numa redução absoluta de 1,77 mil milhões de kwanzas.
Em termos de desempenho das lojas, a IN-EP registou vendas totais de Kz 1,1 mil milhões, uma redução de 25% em relação a 2022, afectada sobretudo pelas baixas nos pontos de venda de Cacuaco (-78,88%), Talatona (-33,92%) e Loja Sede (-31,21%). Apesar da redução nas vendas, os clientes institucionais mantiveram-se como a principal fonte de receita da IN-EP, correspondendo a 71,10% dos proveitos totais, com um valor de Kz 2,71 mil milhões.
Resultados líquidos em recuperação
Apesar da queda nos proveitos, a IN-EP encerrou 2023 com um resultado líquido de Kz 84,26 milhões, um aumento de 21,17% comparado ao ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado principalmente por uma melhoria nos resultados operacionais, que somaram Kz 100,57 milhões, atribuída à redução dos custos operacionais ao longo do ano.
A empresa também viu um crescimento substancial no seu capital social, que aumentou em 370%, atingindo Kz 12,07 mil milhões. Este incremento traduziu-se numa variação positiva de 187% no capital próprio entre 2022 e 2023, destacando a capitalização pelo Estado no âmbito do Programa Nacional de Selos Fiscais de Alta Segurança (PROSEFA), bem como a aquisição de novos equipamentos.
A IN-EP também conseguiu reduzir o seu passivo corrente em 13%, totalizando Kz 4,81 mil milhões em 2023. As contas a pagar, que representam a maior parte do passivo (69,87%), são compostas principalmente por dívidas com fornecedores e encargos fiscais.
O passivo não-corrente, por sua vez, registou uma variação negativa de 52,78%, com uma redução significativa nos empréstimos de médio e longo prazos. Em termos de imobilizado, houve um aumento modesto de Kz 170,4 milhões em activos corpóreos e Kz 9,96 milhões em activos incorpóreos, enquanto os investimentos em subsidiárias se mantiveram inalterados.
Custos operacionais em queda
Os custos operacionais da IN-EP também tiveram uma redução em 2023, totalizando Kz 3,82 mil milhões, uma queda de 13% face ao ano anterior. Esse decréscimo foi impulsionado pela redução acentuada nos fornecimentos e serviços de terceiros, que caíram 71%.
Dentro dessa categoria, destacaram-se as que das nos serviços de consultoria e terceirizados (-82,36%) e nos gastos com conservação e reparação das instalações (-34,45%). A diminuição nos custos com materiais de escritório e fornecimento de energia também foi notável, com uma variação negativa de 48,10%, reflectindo a contínua optimização das operações da empresa.
A produção gráfica da IN-EP, realizada nas suas unidades da Gráfica da Sede e Fábrica do Livro do Cazenga, também sofreu uma queda significativa em 2023. No total, foram produzidas 2,22 milhões de unidades de diversos itens, uma redução de 60% em comparação ao ano anterior. A queda mais acentuada foi observada nos Diários da República (-82%) e em capas de processos (-61%).
No que diz respeito à produção de diários e suplementos, a I série registou uma ligeira queda de 0,4%, enquanto a II e III séries tiveram incrementos de 46 e 1 unidades, respectivamente. No entanto, o volume de páginas impressas caiu 37% na I série, embora tenha aumentado 247% na II série e 44% na III série.
POR:Francisca Parente