Rohan Rovos falava à imprensa local, momentos depois de chegarem ao Cuito, provenientes do Luena. A bordo do Ravos Rail viajam 60 turistas, entre americanos, canadianos, australianos, sul-africanos, brasileiros, entre outras nacionalidades.
Esta é a sexta vez que o Rovos Rail escala o país, proveniente de DarEs-Salaam, na Tanzânia. A locomotiva, com 22 vagões, já passou pelos municípios do Luau e Luena, província do Moxico, através do Caminho de Ferro de Benguela (CFB).
Na cidade do Cuito, os turistas começaram por visitar o memorial da batalha do Cuito, onde receberam explicações detalhadas do processo de exumação e inumação dos corpos bem como o centro da cidade capital do Bié. Em declarações à ANGOP, no final da visita de algumas horas, o proprietário do comboio, Rovos Rohan, disse que há um interesse muito grande de cidadãos estrangeiros conhecerem Angola.
Disse que, desde 2019, altura em que lançou-se para este desafio, o interesse de cidadãos estrangeiros em aderir à viagem é maior, por isso, pretende continuar nessa empreitada. Rovos Rohan considerou Angola um país de paz e hospitaleiro, com um povo de múltiplas culturas, pressupostos que tendem a chamar a atenção de outras pessoas no mundo.
Entretanto, o turista Anderson Freitas de Brito, de nacionalidade brasileira, que viaja pela primeira vez, disse que sempre teve vontade de conhecer Angola, por ser um país lusófono.
“Encontrei neste comboio a oportunidade que esperava de conhecer este lindo país por dentro, numa só viagem”, disse. O turista de 39 anos considerou espectacular o pouco que já pôde ver desde o início da viagem a partir do Luau, no Moxico, e agora no Cuito, Bié, destacando as belezas naturais ao longo do ramal bem como a diversidade cultural do povo.
Deste modo, disse ser necessário que os angolanos continuem a preservar a paz de modo a que haja mais desenvolvimento. Já Pieter du Plessis, da Africa do Sul, que partilhou da mesma ideia, entende que só com estabilidade política, esse país africano poderá continuar a estar no centro das atenções a nível do mundo.
O turista que viaja pela segunda vez, depois de 2021, disse que a par de outros países africanos por onde passam, em Angola, encontra um sentimento de irmandade, por isso solicitou a manutenção da paz a qualquer custo.
A australiana Anne Cristowf, de 80 anos, que também viaja pela primeira vez, disse que aguardava pela vaga no Rovos Rail há dois anos, tendo ressaltado a alegria de conhecer Angola.
A anciã, que já viajou em vários países a turismo, disse que de tudo que se comentava de países africanos, como Angola e o Congo Democrático, a sua família a impedia de visitá-los, porém, disse que a viagem está a mostrar o contrário.
“Estou a captar tudo, tenho imagens extraordinárias, quer do Congo quer de Angola, também o que poderei mostrar aos meus filhos e incentivá-los a virem também aqui”, ressaltou.
Por sua vez, o director turístico do comboio Rovos Rail, Nicolas Schofield, que viaja pela quarta vez consecutiva, disse que os turistas estão a retratar Angola como o país da prosperidade, em função dos avanços atingidos em 22 anos de paz.
A conversa que paira entre eles centra-se na reabilitação das vias de comunicação, principalmente com a recuperação total das linhas férreas, e algumas estradas e pontes, o que está a permitir a circulação de pessoas e bens com mais segurança.
O chefe de departamento provincial do turismo, Graciano Augusto Júlio, que orientou o roteiro da visita, destacou a presença destes turistas na região, realçando a sua importância para o país.
Por isso, defendeu a necessidade do Executivo continuar a investir neste sector, para atrair mais pessoas quer estrangeiras quer nacionais. O próximo destino do comboio é a província do Huambo.