Foram financiados até Agosto do corrente ano um total de 752 projectos, cujos financiamentos corresponderam a 1,06 biliões de kwanzas, representado por 16,49% da carteira global do crédito concedido e 71% da carteira de crédito especifica- mente alocada no sector real da economia
Relativamente ao crédito concedido no sector real da economia no âmbito do referido aviso, OPAÍS apurou que 10% do financiamento concedido contou com a garantia do Fundo de Garantia de Crédito (FGC), em particular ao sector da agricultura e pescas. Estas declarações foram feitas pelo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Dias, durante a abertura do Iº Fórum de Garantia e Crédito, sob o lema “Garantir a produção e promover a segurança alimentar”, realizada pelo Fundo de Garantia e Crédito (FGC).
O responsável do BNA sublinhou que os dados de Dezembro de 2019 e os de Agosto de 2023 registam um crescimento de 55%, pois, até o ano de 2019, não eram concedidos créditos para estes sectores da actividade económica, como a agricultura, pescas e indústria transformadora. Em termos globais, continuou, estes investimentos geraram benefícios relevantes com a criação de 43 mil 882 postos de trabalho com destaque nos sectores da agricultura, pescas e a indústria transformadora.
“Estes resultados enche-nos de esperança porque havendo uma conjugação de sinergias entre os diversos actores que intervêm na cadeia de financiamento do sector empresarial, lograremos a médio prazo metas nesta campanha contra os males que inviabilizam o crescimento sustentável da nossa economia e continuaremos a ter sucesso e os resultados serão os melhores”, disse. Manuel Dias enfatizou que a realização do fórum deve ser institucionalizada para que seja uma verdadeira plataforma de concertação e de balanço do impacto das intervenções e acções do FGC no sistema financeiro nacional.
O responsável acresceu que “há muito que se fazia sentir a necessidade de um evento que fosse capaz de congregar as instituições financeiras bancárias e não bancárias, promotores e especialistas para refletirem sobre os mecanismos de concepção de crédito à economia”. Adicionalmente, entende-se que a realização desta iniciativa constituiu uma oportunidade para a divulgação das linhas de financiamento voltadas ao fomento da produção nacional, assim como dos outros programas em curso, com destaque ao aviso nº10 do BNA, com planos como o PRODESI, Plana grão e outras iniciativas gizadas pelo Estado, que conta com a parceria de agências internacionais.
O responsável do BNA sublinhou que em economias como a de Angola, que procuram fortalecer o sector empresarial e a diversificação da produção, as instituições financeiras como o FGC têm a missão de facilitar o acesso do crédito bancário através de mecanismos de garantias públicas. Deste modo, a acção do FGC constitui um imperativo legal e constitucional, porque representa os interesses do estado Angolano na pro- moção e proteção de um segmento empresarial constituído essencial- mente por Micro, Pequenas e Médias Empresas (PMEs), cuja atração é indispensável para o crescimento económico e desenvolvimento sustentável para Angola.
Manuel Dias declarou que o BNA continuará a prestar todo apoio às instituições financeiras que nos diferentes níveis de intervenção contribuem para a criação de um bom ambiente de negócio e a manutenção da confiança entre a banca e o sector empresarial. Plano de aceleração Durante o evento, o PCA do FGC, Luzayadio Simba, enfatizou o compromisso de implementar o Plano de Aceleração e Fomento da Garantia de Crédito, uma iniciativa alinhada com a capitalização de 50 mil milhões de kwanzas que a instituição obteve do governo central e restante do valor já existente antes da recente capitalização.
No cenário macro-econômico desafiador que Angola enfrenta, Luzayadio Simba disse que o FGC vê a capitalização que obteve como um passo fundamental para alavancar a produção nacional, especialmente nos sectores da agricultura, pecuária, pescas e serviços de apoio à indústria transformadora. De acordo com o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Fundo de Garantia e Crédito (FGC), Luzayadio Simba, até o momento, o FGC já concedeu 806 garantias, totalizando 330 mil milhões de kwanzas em investimentos, beneficiando principalmente micro, pequenas e médias empresas do sector industrial, agrícola e pescas.
“Com a capitalização recebida, o Fundo planeia duplicar esses resultados nos próximos 4 anos, com um foco crescente em micro em- presas e famílias camponesas, que desempenham um papel crucial no fornecimento de produtos agrícolas para o país”, sublinhou. O primeiro Fórum de Garantia e Crédito, realizado em Luanda, reuniu um grupo diversificado de especialistas e parceiros, todos com um objetivo comum que é o de identificar as melhores práticas para impulsionar a cadeia de produção e diversificar a economia do país. Num momento em que a produção nacional se torna uma prioridade para garantir a segurança alimentar, a acção conjunta de actores, como bancos comerciais, empreendedores, promotores, estudiosos e instituições internacionais, é considerada essencial.
POR: Francisca Parente