Pedro Magalhães avança que a academia tem estado a fazer esforços para a criação de parcerias com diversas empresas, com o objectivo de promover os projectos de empreendedorismo que têm sido desenvolvidos pelos estudantes.
O também professor reconhece que o financiamento é determinante para o impulsionamento das iniciativas criativas de vários empreendedores, sendo um dos problemas que as universidades enfrentam. Para este jornal, referiu que existem docentes que trabalham com os estudantes e têm ideias, porém o acesso ao financiamento não tem sido fácil, tendo sublinhado que Angola sai sempre a ganhar caso os empresários apostem nas iniciativas criativas da juventude.
A universidade, segundo o reitor, deve abraçar e reforçar, no quadro das suas actividades, a capacidade e a transmissão do conhecimento necessário para que os estudantes não saiam das escolas apenas como formados à espera de um emprego do Estado, todavia, precisam inovar e marcar passo para o em- preendedorismo.
“Os estudantes precisam convencer o financiador e trazer ideias novas. Para o efeito, é necessário capacitar o estudante e o docente a redigir propostas que despertem o financiamento, sendo uma das nossas missões”, sublinhou.
Pedro Magalhães fez menção que em todo o mundo as pessoas disputam pela fonte de financiamento, mas são atendidos os projectos que forem bem concebidos e convincentes, sendo que, para que se ganhe um financiamento, é preciso aprimorar essa capacidade.
O reitor da UAN aconselha os empreendedores a adoptarem atitudes mais proactivas para a criação de um negócio, ao mesmo tempo admitiu ser da responsabilidade da universidade promover iniciativas que visam aprimorar a capacidade dos estudantes com ferramentas necessárias para se empreender.
“Nós, enquanto instituição académica, temos a obrigação de dotar o estudante com ferramentas necessárias, para que onde vá possa criar um negócio próprio, buscar oportunidades de estágio, bem como estreitar relações com a indústria”, afirmou.
Enfatizou que as academias devem ter relações com as indústrias, para que os estudantes tenham oportunidades de conciliar a componente teórica com a prática e dar seguimento das iniciativas. Com a empresa de tecnologias Huawei, a Universidade Agostinho Neto desenhou uma estratégia no reforço das relações, que visa formar vários estudantes dentro das instalações de ensino da empresa.
O acordo já assinado prevê o início dos estágios profissionais dentro dos próximos dias. São visados sobretudo os estudantes que frequentam as áreas de engenharia, electrónica e telecomunicações, numa primeira fase.
A relação com a Huawei poderá chegar a criar uma incubadora, o que permitirá aos estudantes trazerem suas ideias e, com auxílio da empresa, poderem desenvolver os próprios projectos. Muitos dos que viveram a experiência alcançaram um emprego na referida empresa, conforme o reitor Pedro Magalhães.
Maior valorização do empreendedorismo jovem
O secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Silva, em conversa recente com este jornal, em Luanda, defendeu maior valorização do empreendedorismo e a inovação que tem sido praticado por jovens em Angola.
“Eu tenho o mérito de olhar para os jovens com as mentes criativas como pessoas que mais facilmente ultrapassam os problemas concretos e inventam soluções, trazendo contributos para o desenvolvimento da tecnologia e dos sistemas produtivos do país”.
Conforme Eugénio Silva, os jovens precisam de apoio financeiro, precisam de suporte de empresas e instituições do ensino superior para viabilizar a criação de laboratórios de ideias e de startups, bem como alojar estas empresas inovadoras. O dirigente apela às indústrias e aos empresários para prestarem mais atenção às tecnologias dos jovens , no sentido de incrementar a produção ou a resolução de outros problemas.
POR:Adelino Kamongua