Mina deve ser explorada até 2083 e tem quantidade de minério estimada em 628 milhões de quilates, numa altura em que o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP) ajuda na preparação dos quadros
O Projecto Diamantífero do Luele, inaugurado ontem, pelo Presidente da República, teve um investimento total de 635,3 milhões de dólares para a sua materialização, segundo dados disponibilizados pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET).
Localizado no Nordeste de Angola, na província da Lunda-Sul, na bacia do rio Luele, a aproximadamente 35 km da cidade de Saurimo, foram despendidos no projecto cerca de 59,3 milhões de dólares em trabalhos de pesquisa geológica, 415 milhões para a implantação da mina e outros 161 milhões para central de tratamento.
O kimberlito de Luele foi descoberto em Novembro de 2013, como resultados das pesquisas geológicas feitas pela Sociedade Mineira de Catoca, que visava explorar com objectivo de fortalecer e aumentar a sua base de recursos minerais.
O potencial geológico do kimberlito Luele é de 600 m de profundidade, numa área de 105 hectares, com uma quantidade de minério de 647 milhões de toneladas que resultarão em 628 milhões de quilates e uma estimativa de exploração de 60 anos, isto é, de 2023 a 2083. Além da Catoca, que detém 50,5%, a sociedade conta com a participação da Endiama, com 25%, da Falcon com 19,5%, da Reform, com 4% e ainda o IGEO, com a menor quota, a de 1%.
Numa primeira fase, a expectativa é que atinja pouco mais de um milhão de quilates por ano e uma receita bruta de 60 milhões USD/ano. É considerado o maior projecto diamantífero do país e o terceiro maior kimberlito do mundo, com reservas estimadas em 350 milhões de quilates e 30 anos de tempo útil de vida.
Formação de quadros
Um dos maiores problemas do sector mineiro tem a ver com a inexistência de recursos humanos qualificados e competentes para trabalhar no sector, atrapalhando mesmo as acções desenvolvidas pelo MIREMPET para a promoção da empregabilidade de técnicos nacionais em cumprimento da legislação em vigor.
Entretanto, na 2.ª edição da Conferência e Exposição Sobre o Sector Mineiro em Angola, que aconteceu recentemente em Luanda, foi anunciado que o sector está a trabalhar em colaboração directa com o INEFOP no sentido de se conseguir garantir que os quadros nacionais estejam à altura dos desafios.
A falar sobre o assunto, o director-geral do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), Manuel Mabangui, destacou a componente formativa e a equidade de género, tendo apresentado mesmo algumas das acções já em execução e outras planificadas pelo pelouro que dirige para prover as empresas do sector de quadros cada vez mais qualificados.
O presidente do conselho de administração da Agência Nacional dos Recursos Minerais (ANRM), Jacinto Rocha, considerou importante promover-se a transparência do quadro legal e regulamentação angolana que rege o desenvolvimento dos recursos minerais para a criação de um ambiente favorável ao investimento no sector.