As unidades de processamento alimentar já existentes nas províncias de Benguela, Malanje e Zaire dispõem de capacidade para aproveitar a produção dos agricultores locais, à luz do acordo rubricado entre os ministérios da Indústria e da Agricultura
Texto: Borges Figueira
Os ministérios da Indústria e da Agricultura assinaram, Terça-feira última, em Luanda, um acordo de cooperação destinado a garantir o escoamento de produtos agrícolas produzidos localmente, que doravante serão processados e transformados nas pequenas fábricas instaladas em três províncias, cujo valor é USD 6 milhões.
Na ocasião, a ministra da Indústria revelou que tal iniciativa enquadra- se no Programa de Fomento da Indústria Rural (PROFIR), que actualmente conta com três unidades fabris já concluídas, nas províncias de Benguela (Canjala), Cacuso, Malanje, e Tomboco, Zaire, respectivamente.
Segundo Bernarda Martins, as referidas unidades dispõem de capacidade para aproveitar o conjunto da produção dos agricultores locais, um invcestimento que aos cofres de Estado, cada uma delas, custou cerca de USD 2 milhões. Por seu turno, o ministro da Agricultura, Marcos Nhunga, acentuou que o acordo representa um passo em frente, na medida em que essa junção de sinergias assegura uma capacidade significativa para o sector industrial no acção de escoamento de produtos dos camponeses, pois ajudará a gerar rendimento para as famílias.
Em prol do acordo assinado pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA), representado pelo seu director-geral, Luís Ribeiro, e do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), representado pelo seu responsável, David Tunga, as partes têm como tarefa mobilizar, inserir e potenciar produtores para o desenvolvimento da produção agrícola destinada à sua transformação nas unidades industriais.
O acordo traduz o interesse do governo angolano em diversificar e alargar o tecido industrial local, mediante a promoção de empresários capazes de valorizar as potencialidades e as matérias-primas localmente existentes, e dinamizar o crescimento económico.
Entre outros objectivos, o acordo visa contribuir para a promoção da Indústria rural através do surgimento de micro e pequenas empresas industriais, destinadas à transformação de produtos agrí-colas, em articulação com os camponeses e fazendeiros locais, ao nível das comunas e municípios.
Para vigorar durante cinco anos prorrogáveis, à luz do acordo, o Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA) vai, entre outras tarefas, garantir que os industriais adquiram, para a sua transformação, a produção agrícola dos camponeses e fazendeiros mobilizados pelo IDA a preços justos e definidos pelo mercado.
A instituição vai também, através dos Centros Logísticos dos Parques Industriais do PROFIR, assegurar a distribuição de plantas, sementes, fertilizantes e herbicidas adquiridos através do IDA, mediante um valor pecuniário a todos os camponeses e fazendeiros locais, bem como a prestação de assistência técnica ao longo do ciclo vegetativo das referidas culturas para o cumprimento cabal do calendário agro-técnico.
Serão também desenvolvidas acções de formação, de modo conjunto, visando capacitar os envolvidos na cadeia produtiva estabelecida. Por sua vez, o Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) vai mobilizar fazendeiros e camponeses para fornecedores das unidades de transformação localizadas nas zonas Industrias do PROFIR.
O órgão vai trabalhar também no sentido de contribuir para o melhoramento de plantas e sementes para o cultivo dos camponeses e fazendeiros, em sintonia com as necessidades industrias; bem como fornecer plantas, sementes, fertilizantes e herbicidas a serem disponibilizados aos referidos camponeses e fazendeiros através do Centro de Logística da zona Industrial do PROFIR.