O consultor Isildo Carvalho revelou ao jornal OPAÍS que os fazendeiros e outros produtores desconhecem o valor e a importância da intervenção dos consultores na agricultura, facto que tem impossibilitado maximizar a produção e melhorar os resultados
Para Isildo Carvalho, a pouca solicitação por parte dos produtores agrícolas face ao serviço de consultoria, resulta da escassez de conhecimento sobre quais seriam os ganhos aderindo ao serviço de consultoria. “Temos poucas solicitações. Em média, as que recebemos é fruto dos serviços anteriores feitos e acabamos por ser indicados para outros produtores”, disse, sublinhando que não receberam ainda nenhum auxílio do Ministério da Agricultura para o fomento da consultoria em agro-negócio.
Enfatizou que o próprio minis- tério recorre às empresas privadas na prestação de serviços e quando há concurso público para este tipo de actividade são sempre as mesmas empresas a entrarem, reduzindo, assim, as oportunidades de os novos aderirem ao mercado no que ao acompanhamento de produção agrícola diz respeito. Instado a avaliar o sector no país, o interlocutor considera débil pela falta de quadros especializados, pelos níveis baixos na investigação científica e pela falta de iniciativa por parte do Governo, juntamente com as entidades de extensão rural.
Isildo Carvalho realçou que o Governo importa tudo, e quando chegam os adubos e os fertilizantes entregam aos extensionistas “que são supostamente consultores que deviam ajudar e acolher os pequenos agricultores, chegam às zonas rurais e despejam o material aos produtores sem prestar nenhum serviço mínimo de con- sultoria para o devido uso do ma- terial”, asseverou.
O também sócio-gerente da I.C.A.C Consult-Prestação de Ser- viços e Comércio, LDA, diz que a sua empresa tem vindo a crescer em vários domínios, sendo que o objectivo é tornar-se numa das melhores no país. “Este é o nosso objectivo, ser reconhecido como empresa de qualidade e credibilidade, e trabalhar arduamente na consagração para sermos a maior consultora de Agricultura do país de forma a contribuir para o crescimento do sector e da economia verde”, sublinhou.
Trabalhando directamente com pequenos, médios e grandes agricultores, Isildo Carvalho considera o mercado da consultoria com tendências para crescer devido às expressivas actividades agrícolas que vêm se desenvolvendo no país. O volume de negócios da I.C.A.C Consult-Prestação de Serviços, no ano passado, teve o seu volume cifrado em 6 milhões de kwanzas face aos 4 milhões de 2021.
POR: Francisca Parente