Índice de Preços no Produtor (IPP) mostra que produtores da indústria extractiva foram os que mais se debateram com as subidas dos preços, enquanto segmento da produção e distribuição de electricidade, gás e vapor registou menor tendência de crescimento. Economista considera movimento considerável e chama atenção para índice dos bens de consumo final
O Índice de Preços no Produtor do Instituto Nacional de Estatística (INE) dá conta que o sector da indústria foi a classe que registou maior movimentação na sua evolução, sendo que em sentido inverso, os segmentos produção e distribuição de electricidade, gás e vapor, bem como captação, tratamento e distribuição de água e saneamento registaram menores variações. Indo aos números, o indicador de preços da indústria extractiva saltou dos 179,9 em 2018 para os 381,7 em 2022. Um aumento de mais de 201 em cinco anos.
Um movimento que foi sempre a crescer, já que, segundo os da- dos, saltou de 179,9 em 2018 para os 186,6 em 2019, para depois chegar aos 197,3 de 2020. Nesta altura, regista-se então o maior salto, de exactas 132, uma variação de mais de 66%. Na indústria transformadora o salto foi mais comedido, saltou dos 113,1 registados em 2018 para os 158,7 em 2022, portanto, um aumento de mais de 45. Neste item, a evolução foi igualmente constante, sendo que apesar disso, foi sempre em volumes mais pequenos no comparativo com a indústria extrativa.
Sublinha-se que a maior variação foi registada no intervalo 2020 e 2021, quando salta de 149,7 para os 158,7. Uma variação de pouco mais de 12%. Na produção e distribuição de electricidade, gás e vapor a tendência de crescimento dos preços foi menor. Saltou de 102 registados em 2018 para os pouco mais de 119. A maior variação foi mesmo de 8%, registada entre 2018 e 2019, quando saltou de 102 para os 110.
Dos dados do (IPP) indicam que os bens de consumo final, que, conforme o economista vão ser os bens e serviços individuais adquiridos e fornecidos pelas administrações públicas à comunidade ou a grandes grupos da comunidade, apresentaram uma evolução no mínimo interessante, saltaram de 105 registados em 2018 para os mais de 148 em 2022. Aqui o movimento foi sempre a crescer mas também sempre dentro do que o economista Marlino Sambongue considera controlável. Afinal, saiu de 105 em 2018 para 109 em 2019, sendo que a maior variação foi de 7% registada em 2020.
Para o economista, a evolução dos números não deixam dúvidas, os produtores também sofreram com a inflação, e este movimento mostra que o consumidor final foi sempre sacrifica- do, não pela vontade dos produtores mas porque é quase natural o produtor empurrar todos os custos de produção para o consumidor final. O economista contactado pelo OPAÍS disse ainda que não obstante o facto de todos os itens serem relevantes pois ainda que de forma indirecta condicionam ou facilitam a vida dos cidadãos, este merece melhor atenção pois impacta directamente a vida dos cidadãos. “É dos mais importantes indicadores”, disse, pois, refere, “é dos que mais contacto tem com a vida real dos cidadãos”.
POR: Ladislau Francisco