O índice de produção industrial registou uma variação negativa em 2016 face ao ano anterior, reflectindo a quebra na produção das indústrias transformadora, extractiva e de captação, tratamento e distribuição de água e saneamento, enquanto a produção e distribuição de electricidade, gás e vapor, conheceu uma evolução muito positiva.
POR:Luís Faria
A produção na indústria, aferida pelo índice de produção industrial (IPI) do Instituto Nacional de Estatística (INE), recuou no último ano em Angola face a 2015. Com efeito, o índice regista, em 2016, variações negativas em quase todos os sectores face ao ano anterior. A indústria transformadora caiu 3,5%, a extractiva 2,9% e a de “captação e distribuição de água e saneamento” 0,6%.
Só a produção e distribuição de electricidade evoluiu favoravelmente, com uma variação de 12,9%, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) nos “Resultados Definitivos do Índice de Produção Industrial 2016”. Também se reduziu em 2,5%
face a 2015 o número de pessoas ao serviço na actividade industrial durante o ano de 2016.
E o indicador de produtividade/número de horas trabalhadas também diminuiu, registando uma variação negativa de 2,8% O índice de produção industrial declinou ao longo do ano, tendo mantido alguma estabilidade no segundo e terceiro trimestres. No conjunto da indústria era de 110,4 em 2015, passando,
no último ano, para 107,5 (o índice tem o ano de 2010 como base), o que traduz uma quebra de 2,7%.
A extracção de petróleo e gás natural caiu 3%, tendo, entretanto, a de diamantes aumentado. As variações mais negativas, na totalidade dos sectores industriais,
verificam-se na indústria de fabricação de mobiliário, colchões e produtos similares, com uma quebra superior a 6,9%, nas restantes indústrias extractivas, para além da diamantífera, que recuam 6,7%, e na indústria alimentar, das bebidas e do tabaco (menos 4,8% em termos homólogos).
A variação mais positiva é obtida pela produção e distribuição de electricidade, gás e vapor (mais 12,9%), seguindo-se a indústria metalúrgica (mais 8,3%) e o fabrico de têxteis, vestuário e calçado (mais 8,3%). De notar que na análise do índice por tipo de bens produzidos a maior quebra verifica-se a nível dos bens
intermédios (menos 6,1%), apresentando igualmente a produção de bens de consumo e produtos de energia variações negativas de menos 3,5% e menos 2,2%, respectivamente.
Menos emprego
Reflectindo a sua quebra em termos da produção, o fabrico de mobiliário, colchões e outros produtos é também o segmento de actividade que apresenta uma maior diminuição das pessoas ao serviço, registando uma quebra de 14,7%. São ainda relevantes as quebras de pessoal verificadas na indústria alimentar (menos 10,8%) e nas “restantes indústrias extractivas’ (menos 6,6%).
Comportamento diverso apresenta o quantitativo de mão-de-obra ao serviço na produção e distribuição de electricidade gás e vapor, com uma variação positiva de mais 12,9%, em linha com a evolução demonstrada pela produção do sector. O número de horas trabalhadas é uma das variáveis relevantes na determinação da produtividade. No último ano a evolução do índice no que respeita ao total de horas trabalhadas na indústria foi negativo (menos 2,8%) face a 2015, havendo que ter em conta que também a produção diminuiu.
A maior quebra nas horas trabalhadas é registada pela indústria alimentar (menos 10,8%), seguindo-se a experimentada pela indústria de bebidas e tabaco (menos 8,2%). De referir igualmente o recuo verificado pelo sector do petróleo e gás natural (menos 4%). Já a produção e distribuição de electricidade, gás e vapor apresenta uma variação muito positiva no índice de horas trabalhadas (mais 12,9%), uma variação com a mesma amplitude da registada no índice de produção e no índice de pessoas ao serviço.