De Janeiro a Junho do corrente ano, Angola produziu 5,6 milhões de quilates de diamantes, com um aumento de 36% comparativamente ao período homologado de 2023, que registou uma produção de 4,1 milhões de quilates, disse ontem, em Luanda, o director de Operações Minerais e Gestão de Participações, Miguel Vemba
Segundo Miguel Vemba, 88% de quilates de diamantes produzidos são provenientes dos depósitos primários, correspondendo a 4,9 milhões, ao passo que 12% são provenientes dos depósitos secundários, correspondendo a 659 mil quilates.
O responsável, que falava durante o balanço da produção de diamantes no primeiro semestre de 2024, sublinhou que no período em análise foram comercializados 3,18 milhões de quilates a um preço médio de 191 dólares por quilate, gerando receitas brutas de aproximadamente USD 608,84 milhões.
Em relação às contribuições fiscais, o responsável disse que registaram um acréscimo de 3% face ao período homólogo, com um total de USD 45,55 milhões arrecada- dos em royalities e impostos.
Neste momento, estão em funcionamento 24 projectos em cinco províncias do país, sendo que está previsto a entrada de um novo projecto denominado Mosquita, ainda neste segundo trimestre de 2024.
Sociedade Mineira do Luele Por sua vez, o secretário de Estado dos Recursos Minerais, Jânio Correia Victor, referiu que, nos últimos anos, o mercado internacional de diamantes tem-se apresentado deforma volátil, caracterizado por baixos preços do diamante natural bruto resultantes da desaceleração económica mundial e da diminuição da procura, excesso de stocks, e crescente popularidade dos diamantes sintéticos.
O governante reiterou que Angola tem persistido seus esforços para se estabelecer como um dos principais produtores e exportadores de diamantes naturais brutos a nível mundial, com actividades de prospecção, além do aumento do conhecimento geológico do país.
Ressaltou, igualmente, o fortalecimento do quadro jurídico-legal e a melhoria do ambiente regulatório, que também têm sido fundamentais para atrair investimentos para este subsector, alinhados com os objectivos e prioridades definidos no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023- 2027, bem como com outros instrumentos de planeamento e governança do país.
“O subsector diamantífero tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento económico e social de Angola, sendo uma das principais e importantes fontes de receita para o Estado angolano”, disse.
Jânio Correia Víctor disse que o segmento diamantífero contribui significativamente na geração de empregos, promovendo investimentos e impulsionando o crescimento sustentável. Assim, com a entrada em funcionamento da Sociedade Mineira do Luele, em Novembro de 2023, com recursos diamantíferos avaliados em cerca de 628 milhões de quilates e com uma vida útil estimada em mais de 60 anos, as expectativas no sector aumentaram significativamente.
“Essa nova fase promete contribuir para o crescimento da produção nos próximos anos e, paralela ao desenvolvimento das actividades de prospecção e exploração de diamantes, é fundamental reiterar a importância de as empresas manterem o compromisso com a promoção de acções e projectos sociais”, explicou.
De sublinhar que Angola é o 4.º maior produtor de diamantes brutos no mundo, com uma produção internacional de 9,8 milhões de quilates em 2023, proveniente das províncias da Lunda-Norte, Lunda-Sul, Bié, Cuanza-Sul e Malanje.