A primeira refinaria de ouro no país vai impulsionar a economia nacional com a arrecadação de mais receitas e promoção de novos empregos para jovens, garantiu, em Cabinda, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo
Sem avançar os custos do projecto, o governante assegura que a refinaria que está a ser implementada no Pólo Industrial de Viana, em Luanda, poderá entrar em funcionamento no próximo ano.
O governante, que se deslocou a Cabinda para inaugurar o projecto de mineração do Lufo, disse que a refinaria deverá produzir 10 quilos de ouro/mês, esclarecendo que a escolha do Pólo Industrial de Viana ocorreu porque no local já estava previsto, no passado, a construção de uma pequena refinaria de ouro e comporta, neste momento, algumas infra-estruturas já instaladas, principalmente a parte laboratorial, o que permite reduzir consideravelmente os custos do investimento.
“É por isso que implementamos o projecto em Viana, para diminuirmos os custos do investimento.
Além disso, a refinaria estará instalada na nossa praça financeira e próximo do Novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto”, frisou.
O projecto, sob responsabilidade da Endiama, está a ser feito por jovens angolanos, e vai contar com equipamentos de última geração referentes à refinação de ouro bruto provenientes do exterior do país.
Para assegurar o seu funcionamento, um grupo de jovens da empresa Geoangol encontrase a fazer uma formação técnicoprofissional no exterior.
“Nós trabalhamos com base em planeamento estratégico, decisões técnicas e científicas e não fazemos nada ao acaso.
Os benefícios dessa indústria requerem tempo devido ao seu alto risco de prospecção, investimentos e produção”, sublinhou o governante.
Para Diamantino Azevedo, as refinarias de ouro precisam estar em sítios onde este metal precioso é, essencialmente, usado não só como adorno ou joalharia, mas também no sector industrial e servir como reserva monetária do país.
Uma grande parte do ouro, explicou, vai para outros países, bancos e outras instituições financeiras que têm o ouro como reserva monetária.
Por esta razão, as refinarias, para além do aspecto de escala, devem estar instalados em centros financeiros e próximo de aeroportos internacionais.
O ministro citou como exemplo a Suíça e o Dubai que, apesar de não serem produtores de ouro, albergam grandes refinarias de ouro, pelo facto de “o ambiente para a construção de uma refinaria de ouro exigir mais do que uma mina, porque uma só não terá capacidade de escala suficiente para justificar a instalação de uma refinaria ao seu lado.”
Em relação ao nosso país, Diamantino Azevedo reconheceu que, neste momento, a produção de ouro é ainda incipiente, sendo que a actividade está mais concentrada nas províncias de Cabinda, Huíla e Huambo.
Além das províncias acima referidas, o jornal OPAÍS apurou que as regiões do Cuanza Norte e Bengo registam também ocorrências de ouro, cujos projectos de prospecção poderão se tornar em refinarias.
“Mas temos que ter em conta não que basta termos um projecto de ouro para se construir uma refinaria junto a esse projecto”, explicou.