Segundo o documento a que este jornal teve acesso, os prémios brutos emitidos no sector de seguros cresceram 6,54% no segundo trimestre de 2024, atingindo 237,54 mil milhões de kwanzas. Este aumento representa um acréscimo de 14,59 mil milhões de kwanzas em relação aos 222,95 mil milhões registados no mesmo período de 2023.
O ramo de seguros Não Vida foi o principal impulsionador desse crescimento, com um aumento de 8,67%. Dentre os sub-ramos, o destaque foi para os seguros de petroquímica, que cresceram 68,07%, enquanto o ramo de automóvel registou uma queda de 20,15%.
Por outro lado, o mercado de fundos de pensões mostrou uma redução significativa nos benefícios pagos, especialmente nas pensões por velhice, que caíram 52,50% em relação ao mesmo período de 2023. O total de benefícios pagos no sector foi de 45,28 mil milhões de kwanzas, uma diminuição de 51,49%.
Esses números revelam a importância de controlar o desempenho e a resiliência do sector segurador angolano que, apesar de enfrentar desafios macroeconómicos, continua a crescer em certos ramos, enquanto o sector de fundos de pensões enfrenta ajustes expressivos.
Aumento dos custos com sinistros
Conforme o relatório trimestral, os custos com sinistros no mercado de seguros registaram um aumento de 34,28%, totalizando 76,39 mil milhões de kwanzas, comparado aos 56,89 mil milhões registados no mesmo período de 2023. Esse aumento foi impulsionado, em grande parte, pelos ramos de “acidentes de trabalho” e “doença”, que tiveram crescimentos expressivos nos custos de sinistros.
O aumento nos custos é indicativo de uma maior ocorrência de eventos sinistrados e pagamentos relacionados a sinistros no mercado segurador angolano. O ramo de acidentes de trabalho foi um dos que mais contribuiu para o crescimento dos custos com sinistros, com uma alta de 65,35%. Esse aumento reflecte o número crescente de apólices associadas a riscos laborais e a complexidade dos sinistros neste sector.
Adicionalmente, o ramo de doença também se destacou, com um aumento de 20,67% nos custos de sinistros, em um contexto de crescente procura por seguros de saúde no país. Outro dado relevante é o forte aumento de 144,83% nos custos de sinistros relacionados ao ramo de “Automóvel”, um dos principais segmentos do sector Não Vida.
O crescimento nesta categoria está relacionado ao aumento da sinistralidade nas estradas, resultando em mais acidentes e, consequentemente, maiores despesas para as seguradoras. Estes aumentos gerais destacam os desafios crescentes que as seguradoras enfrentam para equilibrar a sinistralidade com a rentabilidade do se sector.
POR:Francisca Parente