O Programa de Reconversão da Economia Informal (PREI), uma das principais iniciativas do Governo para a formalização dos operadores da economia informal, no âmbito do microcrédito, beneficiou, até ao momento, nove mil e 475 micro operadores com um valor total disponibilizado de 8,5 mil milhões de kwanzas
O microcrédito constitui um dos principais pilares do PREI, permitindo a pequenos operadores informais aceder a financiamento para expandir as suas actividades e, consequentemente, melhorar a sua qualidade de vida.
No entanto, dos 10,4 mil milhões de kwanzas já desembolsados pelo Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), apenas 1,7 mil milhões foram reembolsados, representando 17% do valor total.
Este cenário demonstra a existência de desafios no processo de reembolso, com um montante de 8,7 mil milhões de kwanzas ainda por recuperar, revelando a necessidade de fortalecer as estratégias de recuperação de crédito e acompanhamento dos beneficiários.
O microcrédito desempenha um papel fundamental na estratégia de formalização, uma vez que possibilita a muitos operadores informais, que antes não tinham acesso ao sistema financeiro, a obterem os recursos necessários para expandirem os seus negócios.
O elevado valor da dívida por recuperar evidencia a importância de uma gestão mais rigorosa e eficiente, tanto por parte das operadoras de microcrédito como dos beneficiários, para assegurar que os recursos disponibilizados possam ser reembolsados e reinvestidos no programa.
Consciente de que o acesso a financiamento por si só não é suficiente para garantir a formalização e sustentabilidade dos pequenos negócios, o PREI apostou na capacitação dos operadores informais.
Entre 2021 e 2023, foram forma- dos 63 mil operadores em litera- cia financeira e empreendedorismo, assegurando que estejam melhor preparados para gerir os seus negócios lidar com as responsabilidades associadas à formalização. É notório o papel central das mulheres neste processo, representando 70% dos operadores capacitados, enquanto os homens constituem 30%.
Esta distribuição reflete o esforço do programa em promover a inclusão económica das mulheres, reconhecendo o seu papel no empreendedorismo e no desenvolvimento da economia informal.
A formação focou-se na gestão financeira, no planeamento de negócios e no cumprimento das obrigações fiscais, proporcionando aos operadores informais as ferramentas necessárias para uma transição suave para a formalidade. Segundo os dados do PREI, a economia informal não é um fenóme- no exclusivo, sendo uma realidade comum em vários países em de- senvolvimento.