Este aumento foi impulsionado, sobretudo, pela secção da agricultura, produção animal, caça e silvicultura, que apresentou uma subida de 2,23%, destacandose produtos como milho grão (4,85%), grão-de-bico (3,46%) e batata-rena (3,44%).
Além disso, frutas e vegetais também contribuíram para a alta, onde a maçã subiu 1,98%, a laranja 1,72%, e o limão 1,46%. Produtos amplamente consumidos, como alho (1,67%) e a cenoura (2,04%), também tiveram acréscimos significativos.
No acumulado do ano, os preços dos produtos importados registaram uma variação de 24,79%. Os produtos de origem nacional tiveram um aumento ainda mais acentuado, de 2,57% em Outubro, destacando-se a secção da Indústria Transformadora, com a contribuição de 1,48 pontos percentuais.
Produtos como a gasosa registaram 0,60 pontos percentuais, a cerveja com 0,42 pontos percentuais e o cimento com 0,06 pontos percetuais, no entanto, lideraram as variações de preço.
No sector agrícola e pesqueiro, o pescado fresco teve variações significativas, logo, o cacusso apareceu com 0,19%, o linguado com 4,01%, e a corvina 3,46%. Assim, a variação acumulada dos produtos nacionais ao longo deste ano foi de 32,13%.
Variação geral do IPG e tendência da inflação
O IPG registou também uma variação mensal de 1,73% entre Setembro e Outubro de 2024. Aliás, 0,21 pontos percentuais abaixo do registado no período anterior.
Em comparação com o mês de Outubro de 2023, a variação homóloga foi de 34,07%, marcando um aumento de 12,62 pontos percentuais.
Nos últimos 12 meses, o índice mostrou uma tendência crescente até Maio, seguida por uma desaceleração gradual.
O Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPC-N) apresentou, até então, uma variação de 1,55% em Outubro e algumas das províncias como Cabinda (2,32%), Namibe (2,19%) e Lunda-Norte (2,02%) registaram os maiores aumentos.
Já Malanje (1,29%), Huambo (1,30%) e Lunda-Sul (1,31%) tiveram as menores variações. Segundo o INE, as classes de produtos e serviços mais impactadas foram “saúde” e “hotéis, ‘‘cafés e restaurantes”, com variações de 2,06% cada, seguidas de “vestuário e calçado” (1,84%) e “bebidas alcoólicas e tabaco” com 1,81%.
No acumulado do ano, a variação homóloga do IPC Nacional foi de 29,17%, superior em 12,59 pontos percentuais ao do mesmo período de 2023.
A subida de preços em Outubro reflecte os desafios enfrentados pela economia, no entanto, com a dependência de importações e as flutuações no sector agrícola.
Os consumidores sentem o impacto directo, principalmente nas categorias de alimentos e bebidas, essenciais no orçamento familiar.
O controlo contínuo do IPG e IPC-N é crucial para entender o comportamento dos preços e orientar políticas públicas que promovam estabilidade económica e a protecção ao poder de compra das famílias angolanas.
Por: Francisca Parente