O preço da caixa de tomate continua a subir nos últimos meses e a caixa de 25 quilogramas está a ser comercializada, no mercado informal, a 45 mil kwanzas contra os anteriores 20 mil, sendo o valor mais elevado dos últimos dois anos.
O produtor João Carlos sublinhou que na presente safra haverá atraso na colheita do tomate porque as chuvas constantes impedem o normal crescimento da planta. Normalmente, a colheita acontece em Junho, mas desta vez poderá se estender para Julho.
João Carlos lembrou que o tomate não precisa de muita água para crescer, mas dentre os factores do elevado preço do produto está também os preços das se mentes e as dificuldades para se conseguir as divisas.
O produtor salientou que, quando Luanda não tem tomate, a capital é abastecida por outras regiões como o Cuanza-Sul, Benguela e Namibe, mas que, nesta altura, também se deparam com os mesmos problemas das chuvas e insumos.
“Temos pequenos produtores que pediram dinheiro emprestado para comprar sementes, fertilizantes, mas estão a ser comercializados a preços elevados que darão muitos prejuízos”, disse João Carlos, que adicionou ao rol de problemas a questão do mau estado das estradas.
Este produtor de Luanda trabalha com comerciantes de diferentes distritos da capital que, regra geral, reservam o produto ainda na época do cultivo e distribuem em diferentes mercados, dando igualmente empregos eventuais a centenas de jovens em tempo de plantio e colheita. “Não conseguimos empregar porque ainda não estamos a cultivar o tomate e a população está aflita em busca de soluções para sustentar a família”, disse.
Repercussão para a população
Por sua vez, o economista Henrique Pascoal acredita que a subida dos preços do tomate pode ser atribuída a uma combinação de factores, incluindo condições climáticas desfavoráveis, aumento dos custos de produção e flutuações na procura e oferta.
Por exemplo, chuvas excessivas em regiões produtoras podem afectar negativamente a produção e qualidade do tomate, reduzindo assim a oferta disponível no mercado. “Além disso, os custos crescentes de insumos agrícolas, como fertilizantes, pesticidas e combustíveis, também contribuem para pressionar os produtores a repassarem esses custos adicionais aos consumidores”, explicou.
Para o especialista, esta subida nos preços do tomate pode ter repercussões significativas para a população. Primeiramente, acrescenta, ela pode resultar num aumento nos custos de alimentação para os consumidores, especialmente para aqueles que dependem do tomate como um ingrediente básico na sua dieta. Como resultado, sublinha, as famílias de baixa renda podem enfrentar dificuldades adicionais para atender às suas necessidades nutricionais básicas.
“Além disso, esta volatilidade nos preços do tomate pode criar incertezas para os agricultores, que podem ser confrontados com margens de lucro reduzidas devido ao aumento nos custos de produção e à imprevisibilidade do mercado”, ressaltou