O Presidente da República, João Lourenço, convidou ontem, em Seul, capital da Corea do Sul, os empresários deste país a investirem em Angola na instalação de unidades fabris de máquinas pesadas, automóveis e electrónica.
João Lourenço lançou este desafio aos empresários sul-coreanos no discurso de abertura do Fórum Empresarial Coreia-Angola, enquadrada no programa da visita de Estado que efectua ao país asiático
“As marcas de automóveis, os equipamentos tecnológicos e de telecomunicações da Coreia do Sul, apenas para citar alguns, são muito procurados e consumidos em Angola”, ressaltou o Chefe de Estado.
O Presidente João Lourenço convidou os empresários coreanos a investirem na indústria petroquímica, olhando para a construção da Refinaria do Lobito. Acrescentou que os estaleiros coreanos têm a sua impressão digital no sector petrolífero em Angola.
Muitas das instalações de exploração, produção, armazenamento e de transporte de petróleo bruto angolano foram aqui construídas (Corea do Sul)”, disse, sublinhando que Angola quer continuar a contar com o engenho dos coreanos na instalação e prestação de serviços de manutenção de equipamentos navais.
Agricultura e turismo
Ao sector empresarial sul-coreano, o convite do Presidente angolano passou também para necessidade de investimento no sector da agricultura, particularmente no cultivo do arroz, através do projecto “K-Rice Belt”, iniciativa das autoridades coreanas de apoio agricultura e turismo. Ao sector empresarial sul-coreano, o convite do Presidente angolano passou também para necessidade de investimento no sector da agricultura, particularmente no cultivo do arroz, através do projecto “K-Rice Belt”, iniciativa das autoridades coreanas de apoio às nações africanas na produção deste cereal, em que João Lourenço espera que sejam partilhados conhecimento e tecnologia.
Os empresários ficaram a saber na voz do Chefe de Estado que Angola possui uma vasta extensão de terras cultiváveis e que há em curso um programa de segurança alimentar que está a mobilizar a sociedade.
O potencial turístico por explorar e desenvolver, em Angola, foi outro repto lançado e, para o seu desenvolvimento, carece de infra- estruturas hoteleiras para valorizar mais as atracções turísticas e beleza natural das paisagens, como praias, lagos naturais, quedas de água dos principais rios e a fauna das reservas ambientais e parques naturais.
Conforme o Presidente, as relações económicas podem ser melhor aproveitadas com vantagens recíprocas, enfatizando que a República da Coreia é um país com credenciais reconhecidas nos mais variados domínios, sobretudo pelo seu rápido crescimento económico, pela sua resiliência e capacidade de inovação científica que a colocam num patamar de destaque entre as nações mais desenvolvidas.
Já no caso de Angola, disse, é uma das principais economias emergentes do continente africano, sendo actualmente a quinta maior economia da África subsariana, com uma população maioritariamente jovem. “O nosso país tem trilhado o seu percurso de desenvolvimento assente em princípios democráticos, de justiça e de equidade social”.
Reformas económicas desde 2018
Os empresários sul-corea- nos foram informados por João Lourenço que, em 2018, o país iniciou um amplo programa de reformas económicas, institucionais e financeiras com o objectivo de criar as condições para um crescimento económico diversificado e sustentável.
Nesta senda, foram desencadeadas um programa de modernização das infra-estruturas de suporte ao desenvolvimento económico e social. “Ambicionamos um crescimento sustentável e inclusivo para o nosso país, temos uma população jovem, empenhada e desejosa por novas oportunidades de superação profissional e de emprego, pelo que contamos com a vossa competência e valências para juntos construirmos as pontes de ligação permanente entre os nossos países e povos”, concluiu o Chefe de Estado.