Este processo vai tornar-se num futuro contribuinte para o Produto Interno Bruto (PIB), através da exportação de energia para a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
O administrador Executivo da Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), Pedro Sebastião, garantiu recentemente, no município do Lubango, província da Huila, que o país tem um superavit de energia na ordem dos dois gigawatts, que podem abrir portas para o processo de exportação do produto.
Pedro Sebastião informou que, numa primeira fase deste projecto, o executivo está engajado na produção de energia, para mais tarde se dar início ao processo de interligação que, para além de beneficiar o território nacional, vai igualmente fornecer aos países vizinhos, como a Zâmbia.
“A estratégica adoptada pelo sector é começar pela produção. Temos que apostar primeiro na produção para que se possa posteriormente alimentar a quantidade de clientes que forem necessários” disse. Conforme o responsável, a estratégia do Executivo passa pela abertura ou limpeza das zonas de transportação, com os trabalhos de desminagens que já decorre pelo país.
BAD: “Angola pode ser exportador de energias limpas”
O objectivo, conforme o Governo, por via do seu Ministério da Energia e Águas, é garantir uma matriz energética de 72 por cento limpa e com uma taxa de emissão de carbono na ordem dos 0%, com a redução da utilização de combustíveis fósseis no país e diminuir os gastos feitos até então na aquisição de gasóleo.
No que diz respeito à instalação de centrais fotovoltaicas, no âmbito das energias limpas, já foram construídas e inauguradas pelo Presidente da República os parques fotovoltaicos situados no Biópio e Baía Farta, na província de Benguela, que contam com uma potência instalada de 285 megawatts (MW) e inserem-se no objectivo de fornecer energia limpa a cerca de 60% da população rural em três anos.
Para reforçar estas fontes de energias limpas, na província da Huíla, foi recentemente inaugurado o Aproveitamento Hidroeléctrico da Matala, que vai fornecer energia às províncias da Huíla e do Namibe, com a produção de 40.8 MW de energia. Com estes investimentos, já se pode falar da exportação de energia para os países da SADC.
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) está confiante no processo de transição energético iniciado pelo Governo, por isso esta instituição financeira acredita que Angola poderá tornar-se no maior exportador de energias limpas num futuro próximo.
A afirmação é do representante do Banco Africano de Desenvolvimento em Angola e São Tome, Pietro Toigo, tendo dito que, por conta disso, o Banco que representa no território nacional tem estado a financiar alguns projectos do sector, com destaque para a construção de uma linha de transportação de energia da Barragem do Gove para o Lubango, no âmbito do processo de interligação Centro e Sul, avaliado em 222 milhões de dólares.